Pix em pedágios: Governo quer, mas concessionárias constestam. Por quê?

Entenda os desafios enfrentados pela adoção do Pix nas rodovias, incluindo questões de conectividade e possíveis filas, e suas implicações para os usuários.

O Ministério dos Transportes determinou que, a partir de junho deste ano, as praças de pedágio das rodovias federais devem oferecer opções de pagamento via Pix e cartões de débito e crédito. Contudo, as concessionárias expressam preocupação com os desafios técnicos, especialmente em relação ao Pix, prevendo um efeito limitado da medida e sem prazo definido para sua implementação.

A portaria, divulgada em março, aguarda definições detalhadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), incluindo o número mínimo de cabines equipadas para o Pix em cada praça. O objetivo é garantir alternativas de pagamento eficientes e práticas, mas as concessionárias alertam para possíveis aumentos de custos e tempo para os motoristas.

Atualmente, apenas três praças na BR-163 oferecem pagamento por Pix, enquanto o uso de cartões de débito e crédito é mais difundido. No entanto, o Pix apresenta desafios técnicos, como conectividade limitada em áreas rurais e custos adicionais para as transações bancárias.

Desafios Enfrentados

Conectividade limitada

A implementação do Pix enfrenta obstáculos, como a necessidade de acesso à internet para motoristas, especialmente em áreas rurais onde o sinal pode ser limitado ou inexistente. Isso implicaria na necessidade de instalação de redes de satélites para o compartilhamento de sinal de Wi-Fi.

Lentidão nas transações e possíveis filas

A transação por Pix pode resultar em lentidão nas praças de pedágio, com o processo de pagamento mais demorado em comparação com os métodos tradicionais, podendo gerar filas maiores e impactar a fluidez das rodovias.

Custos adicionais e possíveis aumentos de tarifas

Uma das concessionárias afirma que os bancos cobram dez centavos por transação para a confirmação de pagamentos por Pix. Assim, os custos adicionais, que incluem as taxas bancárias, podem ser repassados aos usuários, resultando em um possível aumento das tarifas de pedágio e impactando os motoristas.

Alternativa: Tags de Pagamento Automático

As tags de pagamento automático são apresentadas como uma alternativa viável ao Pix, oferecendo conveniência e rapidez nas transações.

O uso dessas tags tem aumentado nos últimos anos. Um levantamento da EcoRodovias, operadora de concessões rodoviárias com a maior malha do país, aponta que os pagamentos com tags entre os veículos de passeio saltaram de 41%, em 2020, para 54%, em 2023, na malha de suas concessionárias.

Além de proporcionar maior segurança viária, estas tags permitem aos motoristas ganhar tempo de viagem, sem a necessidade de desacelerar e parar na cancela, o que também poupa combustível e, consequentemente, auxilia na redução das emissões de CO2.

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