Velocidade do ar-condicionado faz diferença no consumo de combustível do carro?
Motoristas que querem reduzir o consumo de combustível precisam saber se a velocidade do ar interfere nos gastos.
Em meio às altas temperaturas do Brasil, principalmente durante o verão, quem tem ar-condicionado no carro não resiste à tentação de deixar o aparelho ligado. Porém, como a maioria dos motoristas sabe, o equipamento de climatização pode elevar bastante o consumo de combustível do veículo.
Vira e mexe surge a sugestão: deixar a velocidade mais baixa para gastar menos. Afinal, será que a velocidade do ar-condicionado realmente faz diferença no gasto de gasolina ou ele é o mesmo em qualquer nível?
Ar-condicionado na velocidade máxima gasta mais combustível?
Para responder a essa pergunta, é preciso entender como o aparelho funciona. Na maioria dos automóveis, o compressor do sistema começa a se movimentar assim que é ligado. Independentemente do número de ventilação selecionado no painel, a resistência gerada será sempre a mesma.
“Quando você liga o ar-condicionado, o compressor é acionado e, de fato, rouba um pouco de carga do motor. Antigamente, o aumento de consumo era de 10%, hoje, é de menos de 5%”, explica Pedro Luiz Scopino, mecânico e dono da oficina Auto Mecânica Scopino.
E a temperatura?
A questão com a temperatura do ar é a mesma da velocidade: ela é regulada por meio da quantidade de água quente no circuito e também não está relacionada ao funcionamento do compressor. “A velocidade e a temperatura não têm a ver com o compressor. A intensidade do vento é controlada por um ventilador elétrico e não está associada ao compressor”, resume Scopino.
Em outras palavras, o consumo do veículo não depende da velocidade de ventilação ou da temperatura selecionada. Ligar o ar-condicionado no mínimo, intermediário ou máximo não faz diferença no gasto de combustível, já que isso não tem a ver com o compressor.
A exceção à regra são os carros com compressor de ar-condicionado com deslocamento variável, que adapta o volume de gás comprimido à necessidade do sistema, funcionando de forma semelhante aos aparelhos residenciais do tipo “inverter”. Esse processo evita que o compressor fique ligando e desligando, o que reduz o consumo de combustível.