Perigo! Estudo detecta substâncias cancerígenas dentro dos carros
Análise feita com mais de 100 carros de todas as motorizações revela a presença de substâncias tóxicas no ar.
Um estudo publicado na revista científica Environmental Science & Technology aponta que condutores e passageiros de automóveis estão expostos a produtos químicos potencialmente causadores de câncer. Segundo os pesquisadores norte-americanos, o risco é ainda maior durante o verão.
As substâncias potencialmente cancerígenas foram encontradas nos retardadores de chama na espuma dos assentos dos veículos. Esses retardadores são adicionados aos bancos em atendimento a uma norma de segurança dos Estados Unidos, criada nos anos 1970 para prevenir ou retardar a propagação de incêndios em automóveis.
O estudo alerta para a necessidade de atualização nos padrões vigentes a fim de eliminar o uso desses componentes devido aos seus efeitos potencialmente prejudiciais à saúde.
Exposição a substâncias cancerígenas
Os pesquisadores analisaram o ar da cabine de 101 carros de diferentes motorizações (elétricos, a gás e híbridos), com ano/modelo entre 2015 e 2022, em diferentes estados dos EUA. Descobriram que existem substâncias tóxicas no ar em 99% das cabines dos veículos testados.
A substância mais perigosa presente nas análises é o tris (1-cloro-isopropil) fosfato (TCIPP), que tem potencial cancerígeno, conforme comprovado em estudos realizados em ratos. O tri-n-butil fosfato (TNBP) foi encontrado em 73% dos carros durante o inverno e em 100% durante o verão, enquanto o trietil fosfato (TEP) estava no ar de 85% das cabines no inverno e em 96% no verão.
Os níveis mais elevados durante a estação mais quente devem-se ao aumento da emissão de gases causado justamente pelo calor. Segundo o estudo, as altas temperaturas potencializam a liberação de produtos químicos do interior dos automóveis.
O Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano define carcinógeno como uma substância, organismo ou agente capaz de provocar câncer. A maioria desses elementos interage diretamente com o DNA da célula para dar origem a mutações, podendo ser naturais (raios ultravioleta, por exemplo) ou gerados (fumaça do escapamento do carro, por exemplo).