Vai ter dinheiro para todo mundo? Indenizações de seguros veiculares ultrapassam R$ 550 milhões no RS
Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras, foram mais de 8,2 mil pedidos de indenização até o momento.
O setor de seguros deve desembolsar milhões de reais para cobrir os prejuízos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A catástrofe ocorrida em maio é considerada o maior evento climático com impacto no segmento da história do Brasil.
Segundo a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), já foram registrados mais de 8,2 mil pedidos de indenização relacionados a seguros automotivos, somando cerca de R$ 557 milhões. Essa quantia deve aumentar nas próximas semanas, uma vez que muitas pessoas ainda não tiveram condições de contatar as empresas para informar as perdas.
A consultoria Bright Consulting estima que aproximadamente 200 mil veículos sofreram danos sérios causados pelas inundações, dos quais 30% têm seguro. Para as seguradoras, esse número representa um volume recorde de sinistros.
No entanto, segundo Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, o sistema de seguros nacional está “plenamente preparado” para lidar com o cenário.
É importante dizer que esses valores de indenização, mesmo que cresçam, são perfeitamente provisionados pelas seguradoras. Os recursos são mantidos em reservas técnicas exatamente para eventos como esse, disse.
Ele também afirma que os preços dos seguros não devem enfrentar um aumento substancial no próximo ano. “Não é um evento que se espera que seja repetido no futuro. Não acredito que vá impactar as futuras políticas de seguro”, completou.
O futuro dos carros
A empresa Copart, especializada em leilões de veículos após catástrofes, explica que os carros sinistrados e cobertos por seguro estão sendo levados para pátios em áreas secas. São quatro pátios localizados na região metropolitana de Porto Alegre e outros 16 ao redor do estado.
O segurado liga para a seguradora, que inicia o processo em contato com a Copart. Nós retiramos o veículo, levamo-lo para análise em nossos pátios, onde o carro é higienizado, e depois analisamos os danos”, detalha Adiel Avelar, CEO da Copart.
Assim que o motorista recebe a indenização, o veículo passa por uma análise para ser classificado como de pequena, média ou grande monta (perda total). Aqueles que estão no primeiro grupo passam por reparos e voltam a rodar.
Já os automóveis com danos médios são submetidos a uma inspeção para verificar se podem circular novamente. Aqueles de grande monta, conhecidos como perda total, são desmontados em estabelecimentos credenciados pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
Nosso objetivo é garantir que esses veículos retornem de forma segura e legal ao mercado. Os carros com danos pequenos ou médios podem ser uma boa oportunidade para compradores, desde que todas as inspeções e reparos necessários sejam feitos”, completa Avelar.