Motos elétricas ainda não se igualam às de combustão, diz CEO da BMW
Novo CEO da BMW Motorrad, Markus Flasch, compara os tipos de motorização do ponto de vista emocional e lógico.
A evolução da eletrificação tem ocorrido de forma diversa nos diferentes segmentos da indústria de veículos. Enquanto os carros elétricos e híbridos se popularizam com muita rapidez, até mesmo em mercados como o Brasil, as motocicletas a bateria ainda são mais escassas na maior parte do mundo.
Apesar das diferenças, os desafios dos segmentos são semelhantes e passam por uma deficiente estrutura de recarga, mesmo com todos os avanços ocorridos nos últimos anos. O problema começa já na mineração, com a exploração do trabalho escravo e infantil, desembocando na baixa densidade energética das baterias, que custam caro e oferecem pouca autonomia.
A questão do desempenho e do alcance é mais grave para as motos, que são veículos menores e com pouco espaço de armazenamento. Esses e outros pontos têm levado as montadoras a colocar o pé no freio quando o assunto são as motos elétricas.
O futuro das motocicletas elétricas
O novo CEO da BMW Motorrad, Markus Flasch, iniciou os trabalhos na empresa deixando de lado o projeto da Vision DC Roadster, supermoto elétrica em desenvolvimento pela marca. Durante a estreia da R 20 Concept, ele falou sobre suas previsões a respeito do futuro desse tipo de veículo.
Há um lado lógico e um lado emocional na resposta. O lado lógico é que, quando analisamos os fatos e números (da Vision DC Roadster), ela estava bastante madura em seu desenvolvimento. Mas simplesmente não era nem de longe competitiva com algo como a M 1000 RR”, afirmou o substituto de Markus Schramm.
E então analisamos a forma como o negócio está indo, bem como os concorrentes. Temos 77% do mercado total de motos elétricas com nossas scooters elétricas CE 04 e CE 02. Então, por que eu investiria o dinheiro da BMW para construir uma motocicleta a fim de entrar nos 23% restantes?”, disse.
Simplesmente não faz sentido. Não agora, talvez mais tarde, acrescentou.
O CEO foi além ao dizer que os motociclistas ainda não consideram as motos elétricas para todos os tipos de uso, principalmente por conta dos preços e da falta de competitividade com os modelos a combustão.
E a parte emocional é que, se você conversar com os motociclistas, não encontrará ninguém que diga “Eu gastaria 30.000 euros em uma motocicleta elétrica para dar a volta no lago ou subir a montanha”. Ninguém. E, certamente, ninguém usaria uma moto elétrica para viajar pela África, por exemplo.
E completou: “O motociclismo tem tanto a ver com liberdidade e independência que não há razão para uma moto elétrica neste momento.”