Associação pede aumento de tarifa de importação para pneus; Preço vai subir?
Reajuste na taxação de produtos importados pode elevar os preços dos pneus de carga e passeio para o consumidor final.
Os preços dos pneus, que já não são exatamente baixos no Brasil, podem subir ainda mais. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) solicitou ao Comitê de Alterações Tarifárias da Câmara de Comércio Exterior (Camex) o reajuste da tarifa de importação dos produtos de carga e passeio sob a justificativa de proteger a indústria nacional.
O pedido é para um aumento dos atuais 16% para 35%. Um dos grandes problemas é que essa medida pode “sair pela culatra” para o consumidor final, resultando em uma alta nos preços desses componentes.
A Anip alega que a venda de pneus asiáticos importados gera uma concorrência desleal, considerando que as importações de pneus de carga para o Brasil tiveram alta de 295% entre 2022 e 2023. Os principais países asiáticos que trazem suas mercadorias são China, Vietnã, Malásia, Índia, Japão e Tailândia.
Já o volume de empresas estrangeiras com produção nacional ficou menor, prejudicando a indústria brasileira. A associação destaca o trabalho de 21 fábricas em sete estados do país, que geram 32 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos. Na última década, elas investiram mais de R$ 11 bilhões em suas operações.
Segundo a entidade, a concorrência desleal gerada pelos asiáticos ameaça empregos, afasta investimentos e cria riscos para a cadeia produtiva, incluindo fornecedores de borracha, têxteis, produtos químicos e aço.
Críticas ao pedido
Em resposta ao pedido da Anip, a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), alertou que o aumento da tarifa pode prejudicar empresas e empregos. A situação é ainda mais preocupante no cenário atual de dólar alto e frete marítimo mais caro.
A representante dos importadores disse ainda que a ampliação da tarifa deixará os pneus mais caros para os consumidores, afetando o comércio varejista, que também gera milhares de empregos.
Segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 65% do transporte de cargas no país é feito por rodovias, e 67,5% das pistas estão em condições ruins, regulares ou péssimas. Isso exige a troca frequente de pneus, o que já é dispendioso para os motoristas.