Alerta: ar da cabine dos carros pode conter substância cancerígena
Estudo realizado por pesquisadores norte-americanos detectou produto cancerígeno nos bancos dos automóveis.
A American Chemical Society divulgou um estudo que deixa em alerta os motoristas e preocupa as entidades ligadas à saúde. Segundo a organização científica norte-americana, 99% dos veículos possuem um produto químico com potencial cancerígeno nos bancos.
O elemento TCIPP (1-cloro-isopropil) detectado nas cabines dos automóveis é um retardador de chamas muito empregado nas espumas de poliuretano que constituem os assentos dos carros. A pesquisa foi publicada na revista Environmental Science & Technology. Mais de 100 testes foram realizados no inverno e 54 durante o verão para entender o comportamento do TCIPP ao longo de diferentes estações.
Os pesquisadores selecionaram 155 veículos fabricados desde 2015 para participar do estudo, que levantou questões sobre a necessidade de uma regulamentação mais séria para proteger os motoristas.
(Foto: Reprodução)
Método e conclusões da pesquisa
Para obter os dados, os cientistas pediram que os donos dos automóveis instalassem uma faixa de silicone ao redor do retrovisor por sete dias. Adicionalmente, 51 pessoas ofereceram uma amostra da espuma da parte debaixo do banco do veículo.
Retardadores de chamas, usados por terem propriedades anti-inflamáveis, foram detectados em todos os carros testados. O TCIPP, que é potencialmente cancerígeno, estava presente em 99% dos modelos. Outras substâncias potencialmente prejudiciais também foram identificadas, especialmente algumas associadas a danos neurológicos e reprodutivos.
Segundo Lydia Jahl, co-autora da pesquisa, os dados destacam a necessidade de atualização nas regras de proteção contra incêndios para assegurar a segurança dos motoristas no que diz respeito ao uso de produtos químicos nocivos em componentes veiculares.
”Estas substâncias são utilizadas com base em normas de inflamabilidade com mais de cinco décadas, pelo que é necessário atualizar essas regras para que os veículos sejam simultaneamente seguros contra incêndios e seguros em termos de produtos químicos”, disse.
“A mensagem mais importante que retiramos deste estudo é que as pessoas em todo o mundo estão a ser expostas a compostos químicos, a maioria dos quais cancerígenos, neurotóxicos e desreguladores endócrinos – no interior dos próprios carros”, completou.