Saiba por que carros 0 km não terão rodízio em 2025
Boa parte dos automóveis novos da capital paulista não será submetida ao esquema de rodízio da partir do próximo ano.
Em vigor na capital de São Paulo desde 1997, o rodízio municipal de veículos foi criado para reduzir os congestionamentos nas ruas da cidade nos horários de maior movimento. Conforme o final de placa e dia da semana, os veículos não podem circular nas vias internas no chamado mini-anel viário.
A partir do próximo ano, boa parte da nova frota do país poderá ficar livre dessa obrigação, já que os estudos apontam para o aumento nas vendas de modelos híbridos. O sistema é uma grande aposta das montadoras para lidar com os limites mais rígidos de emissões de poluentes previstos na Proconve L8, que entra em vigor em janeiro.
Os veículos movidos a esse tipo de tecnologia não participam do rodízio desde 2015, assim como os totalmente elétricos, já que são consideravelmente menos poluentes.
Novos limites de emissões
A oitava fase do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares) começa em 2025 e precede novas etapas, com níveis de exigência cada vez maiores, que seguem até 2031. Todos os veículos produzidos e vendidos no país deverão respeitar as novas metas de emissão, que ficam menores a cada ano.
Os híbridos são encarados como uma boa maneira de lidar com as exigências, sobretudo aqueles com motorização flex, já que o etanol é um combustível que compensa as emissões durante a produção. A cana-de-açúcar, da qual o produto é extraído, remove dióxido de carbono da atmosfera e o converte em oxigênio durante a fotossíntese.
Outra questão é o Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação), novo projeto do governo federal aprovado no Congresso que oferece incentivos à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias pela indústria. Um de seus focos é justamente o processo de descarbonização.
(Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock)
Híbridos fora do rodízio de veículos
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) da capital paulista informou que não há planos para encerrar a isenção concedida a carros híbridos e elétricos. Segundo o órgão, os modelos com essa motorização ainda correspondem a uma parcela reduzida da frota municipal.
“A Companhia de Engenharia de Tráfego informa que o rodízio municipal de veículos ajuda a reduzir a poluição do ar, pois visa tirar 20% dos veículos das ruas nos horários de maior movimento”, informou ao UOL.
Por serem menos poluentes, eles podem circular sem restrições pelo Centro Expandido, de segunda a sexta, das 7h às 10h, e das 17h às 20h. Já os donos de carros a combustão que desrespeitam o rodízio estão sujeitos a multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Os carros híbridos promovem uma redução entre 30% e 70% das emissões de poluentes, dependendo do tipo, afirma Ricardo Bastos, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Os mais eficientes são os do tipo plug-in, que possuem baterias maiores e recarregáveis na tomada.
Porém, o especialista acredita que os protagonistas serão o micro-híbridos, que têm menor custo, vão predominar nos próximos anos.
“Se levarmos em consideração um futuro próximo, o maior aumento de presença deve ser no segmento dos micro-híbridos ou híbridos leves, capazes de reduzir em até cerca de 7% as respectivas emissões e atender os novos limites do Proconve L8”, acrescentou Bastos.