Carros Flex nos EUA são iguais aos do Brasil ou etanol é uma exclusividade nossa?

Com mais de 280 milhões de carros em sua frota, país norte-americano tem apenas cerca de 20 milhões de modelos flex.

Aproximadamente 83% dos carros novos vendidos no Brasil em 2023 tinham motor flex, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Por aqui, os modelos que rodam com gasolina e etanol já somam mais de 40 milhões de unidades emplacadas.

A situação é um pouco diferente nos Estados Unidos, onde a frota de automóveis flex é próxima de 20 milhões.

O número parece bom, mas o país norte-americano tem cerca de 289 milhões de automóveis rodando, enquanto por aqui o volume está próximo dos 120 milhões.

Diferenças entre carros flex nos EUA e no Brasil

Imagem: Shutterstock

Nos EUA, apenas 12% dos proprietários de carros flex utilizam o E85, combustível formado a partir da mistura de 85% de etanol com 15% de gasolina. Embora o Brasil tenha muito mais exemplares com esse tipo de motorização, a tecnologia chegou aqui muito depois de estrear por lá.

Automóveis movidos a etanol são muito mais tradicionais no mercado brasileiro, onde existem desde 1970 na versão ‘pura’ e desde 2003 em motores flex. Já para os norte-americanos, o primeiro modelo compatível com mais de um combustível estreou em 1996, com o Ford Taurus Flex Fuel.

A diferença é que os carros flex dos Estados Unidos são piores que os nossos porque rodam com o E85, que leva 85% de etanol e 15% de gasolina. Isso quer dizer que não são ‘totalmente flexíveis’ como os daqui, onde o motorista pode colocar a porcentagem que quiser de cada produto no tanque.

Naquele país de temperaturas muito mais baixas, usar 100% de etanol é inviável, porque fica bem difícil dar partida no veículo. Esse é o motivo pelo qual o E85 contém gasolina: para evitar dificuldades ao ligar o carro abaixo de zero grau.

É mais ou menos o esquema dos antigos carros a álcool brasileiros, que levam cerca de 10% de gasolina no tanque e o restante de etanol para evitar problemas na bateria ao dar a partida várias vezes seguidas.

Também vale citar que o etanol produzido nos EUA é feito de milho, o qual exige um maior número de etapas de processamento até chegar ao produto final, enquanto o nosso vem da cana-de-açúcar.

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