Fim de um sonho: ‘Elon Musk brasileiro’ abandona ideia de carro elétrico e revela novo foco
Empresário que havia prometido lançar um sedã elétrico nacional ainda este ano abandona o projeto e quer desenvolver um híbrido flex.
Você já ouviu falar no ‘Elon Musk brasileiro‘? Um empresário do ramo automotivo nacional deu a si mesmo esse apelido porque considera sua trajetória parecida com a do chefão da Tesla, principalmente porque um de seus planos era lançar um carro elétrico ainda em 2024.
Porém, após revelar as ousadas estratégias da Lecar, sua marca de veículos eletrificados, Flávio Figueiredo Assis voltou atrás e recalculou a rota para o sucesso.
Flávio Figueiredo (Foto: Reprodução/Youtube)
Planos do ‘Elon Musk brasileiro’
A história da Lecar começou em 2022, quando o capixaba ficou sabendo do fechamento da fábrica da Ford na Bahia e da nova regulamentação nacional para reduzir a emissão de poluentes até 2027. O projeto despertou o interesse do empresário, que vendeu sua empresa e começou a investir no segmento automotivo.
Seu primeiro passo foi trazer um Tesla ao Brasil para que sua equipe de engenharia pudesse desmontar e montar o carro, aumentando seus conhecimentos sobre a tecnologia. Foi assim que surgiu o protótipo do Model 459, um sedã SUV cupê elétrico que chegaria ao mercado em 2024.
O plano inicial era cobrar cerca de R$ 279 mil pelo novo modelo.
“Mas já projetamos, em um ambiente mais favorável, o veículo por R$ 130 mil, bem mais acessível”, disse o empresário em entrevista.
A título de comparação, o Tesla mais barato custa cerca de R$ 227 mil na conversão direta.
Model 459 (Foto: Divulgação/Lecar)
Mudança de planos
No final de junho, Assis anunciou que a Lecar terá como novo foco o desenvolvimento de carros híbridos flex. O Model 459 continuará sendo a primeira aposta da marca, mas precisará ser adaptado para receber a nova tecnologia. O empresário não divulgou muitos detalhes sobre a motorização do carro, mas prometeu uma autonomia de até 1.000 km com 30 litros de etanol no tanque, ou cerca de 33,3 km/l.
Sobre a mudança de rota, ele afirma que ela surgiu a partir do entendimento de que os veículos elétricos não são ‘uma realidade benéfica para o mercado’ e o nicho ‘pode trazer mais transtornos do que verdadeiras soluções à mobilidade’.
“Mesmo que, atualmente, tenhamos motores e baterias mais modernos, o conceito do carro elétrico é o mesmo desde 1890: uma bateria recarregável que alimenta um motor elétrico. As células de baterias, assim como os motores, têm limites tecnológicos que estão chegando ao seu auge”, completa.