Com nova regra, mais de 8 milhões de carros a diesel podem se tornar ilegais

Revisão nas normas de emissões de poluentes afeta cerca de 8,2 milhões de veículos antigos.

Um dos maiores mercados automotivos do planeta enfrenta uma polêmica que pode ter graves repercussões para milhões de pessoas. A Comissão Europeia trabalha para revisar as regras referentes à emissão de poluentes de veículos mais antigos, sobretudo equipados com motores Euro 5 e Euro 6.

A mudança na lei pode afetar cerca de 8,2 milhões de carros a diesel e proibir seu uso nas ruas e estradas da Alemanha.

A Comissão Europeia mudou a interpretação das atuais normas de emissões, que permite que carros a diesel sejam testados em laboratório para homologação, em condições ideais criadas pelos órgãos responsáveis. Eles só precisam cumprir os limites específicos de emissões nessas condições padronizadas para serem aprovados.

Em um processo recente que corre no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), a instituição política mudou seu entendimento e passou a exigir que os limites de emissão sejam respeitados mesmo quando o veículo estiver com carga total, ou seja, em quaisquer situações de condução.

A novidade ameaça a homologação de milhões de veículos com motor Euro 5 e outros tantos modelos Euro 6, que possivelmente não conseguirão atender aos padrões sob as novas condições de teste.

A estimativa é que cerca de 4,3 milhões de carros a diesel com motor Euro 5 registrados na Alemanha serão proibidos de circular, além de outros milhões de modelos Euro 6.

Os dois lados da moeda

O ministro dos Transportes alemão, Volker Wissing, demonstrou sua preocupação com a mudança em carta enviada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No documento, ele pede a suspensão imediata do que chama de “política anti-automóvel”, que fere a liberdade de mobilidade e coloca em risco a economia do bloco.

A indústria automobilística, especialmente a alemã, afirma que a interrupção da circulação de milhões de veículos pode causar um prejuízo imenso, como queda nas vendas de veículos e perdas econômicas.

As novas regras impostas também podem elevar os custos com a produção dos automóveis, que precisarão ser adaptados para cumprir os limites atualizados. Segundo o setor, esse processo vai aumentar os preços dos veículos novos e desvalorizar os usados.

Apesar disso, a mudança é uma oportunidade para acelerar a transição da frota para tecnologias mais limpas e eficientes. Partidos políticos e organizações ambientais defendem que as novas normas pressionam a indústria automotiva a reduzir a dependência de combustíveis fósseis mais rapidamente.

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