Pesadelo! Carros com placas iniciadas em ‘I’ e ‘J’ viram prejuízos para as lojas; veja o motivo
Problema está ligado ao alto número de veículos alagados durante as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul.
Um novo problema tem assolado o mercado automotivo desde as enchentes que destruíram centenas de cidades no Rio Grande do Sul. Donos de carros com placas iniciadas pelas letras “I” e “J” sofrem para vender os veículos devido à suspeita de terem sido alagados.
Segundo dados do Sindipeças, cerca de 200 mil veículos de uma frota total de 2,8 milhões de unidades ficaram submersos durante a tragédia no estado. Considerando essa estimativa, cerca de 7,1% do total de exemplares foram atingidos, resultando em um prejuízo previsto de R$ 8 bilhões, conforme a Bright Consulting.
Ainda que a porcentagem de bens impactados seja pequena, ela criou um medo relacionado à procedência de carros usados, o que se reflete nas placas. Cada estado brasileiro possui um conjunto de sequências de três letras para identificação no Renavam, e, no Rio Grande do Sul, elas variam de IAQ a JDO.
Devido a isso, a condição de automóveis com essa identificação tem sido colocada em xeque de forma recorrente. Fenômeno semelhante ocorreu em Nova Orleans, quando o furacão Katrina atingiu a cidade em 2005. Mesmo meses após o ocorrido, veículos com placas locais ainda eram rejeitados pelos clientes por medo de danos.
No RS, os proprietários estão lidando com dificuldades adicionais na tentativa de negociar seus carros devido à desvalorização acelerada e à falta de confiança dos consumidores. A situação piora devido à falta de cobertura de seguro, já que apenas 15% dos veículos atingidos tinham seguro contra enchentes.
Medo é prudente
Foto: Shutterstock
Antes de comprar um carro, é recomendável procurar uma empresa especializada para realizar uma vistoria veicular. A equipe profissional consegue identificar indícios de danos por alagamento que podem passar despercebidos pela maioria das pessoas ou que foram “escondidos” pelo vendedor.
“Antes de efetuar a compra de um veículo usado ou seminovo, é fundamental consultar seu histórico para acessar informações que vão promover mais segurança e transparência durante a negociação. Dessa forma o possível comprador ganha mais autonomia e saberá onde está investindo seu dinheiro”, recomenda Yago Almeida, CEO da Olho no Carro.
Para os gaúchos, a situação ainda deve levar algum tempo para normalizar. A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) afirma que a venda de automóveis no estado recuou 64%, mas as previsões são positivas, apesar dos desafios.