Branco, cinza e preto não são as únicas: como são definidas as cores dos carros no Brasil?
Novas tonalidades presentes em lançamentos da indústria ainda são uma minoria no mercado dominado por branco, preto e cinza.
A indústria automotiva tem apostado na nostalgia para conquistar compradores, mas essa aposta vai além de relançar modelos famosos ou utilizar nomes que fizeram sucesso. Apelar para a memória dos motoristas também passa pelo retorno das cores na paleta das marcas.
Mais de 80% da frota nacional é composta por carros em tons de branco, preto, cinza ou prata, o que não é difícil perceber olhando ao redor. A boa notícia é que algumas montadoras estão criando cores inéditas, embora os modelos que as recebem ainda sejam minoria.
Exemplo disso é a Chevrolet Spin, disponível na cor Azul Boreal, ou o novo Ford Mustang, vendido em Vermelho Radar e Azul Algarve. No caso do carro italiano, os dois tons foram criados para favorecer o design e não ficarem tão defasados com facilidade.
Já a Renault apostou no Laranja Energy com o novo SUV Kardian, mais uma escolha para brilhar sob o sol. Além disso, a versão de topo Première Edition se diferencia das demais pelo teto preto, tom que também está presente no revestimento interno de painéis e bancos.
Renault Kardian na cor ‘Laranja Energy’ (Foto: Divulgação/Renault)
Outra que tem cores bem diferentes na gama é a BYD. O elétrico Dolphin Mini é vendido na cor Verde Sprout, enquanto o irmão maior, Dolphin, tem a opção Rosa Peach. Já o sedã médio híbrido King chegou ao mercado apenas nos tons mais clássicos para agradar a “todo mundo”.
Como as cores são definidas?
Foto: Shutterstock
As fabricantes se baseiam em tendências para definir as cores de seus veículos, mas não apenas nas do mercado automotivo, mas também na indústria global. Eleita a cor do ano pela Pantone em 2024, o Peach Fuzz é uma mescla de laranja com rosa que já foi vista em roupas e calçados de grifes esportivas, além de celulares da Apple e da Samsung.
Como as tinturas para carros são mais granuladas, concentram metais e passam por outro processo de fabricação, não é possível aplicar o tom diretamente neles. Mesmo assim, a moda chega de outra maneira, seja por meio de tons pastéis ou inspirados no espectro do laranja.
Uma questão importante é o planejamento dos designers, engenheiros e químicos da marca, que não pode ser sobreposto por mero modismo. Mais do que impressionar, uma nova paleta de cores consegue alterar até a identidade da montadora.
É por isso que as empresas levam de três a cinco anos para definir e aprovar novas cores, sempre após um longo processo de testes de durabilidade e análise do público. Isso sem deixar de mencionar que toda técnica especial de pintura precisa ser replicada durante a capacitação de vendedores e oficinas.
As grandes tendências do momento na indústria automotiva são o vermelho e o azul (8% a 10% do total de carros), com tons entre floral e pastel seguindo um pouco atrás. Ainda assim, o mercado brasileiro continua dominado por branco, preto e prata/cinza, que representam de 82% a 85% da frota.