Quebra-molas: qual o jeito certo de passar por ele sem estragar o carro?

Especialista dá orientações que não comprometem o carro.

Os quebra-molas, ou lombadas, são dispositivos essenciais para a segurança viária, pois forçam os motoristas a reduzirem a velocidade em áreas críticas. No entanto, muitos condutores encaram esses obstáculos como um desafio, já que a passagem inadequada pode causar danos ao veículo.

Veja as orientações do engenheiro mecânico e conselheiro da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE) do Brasil, Francisco Satkunas, sobre como atravessar quebra-molas de forma correta, além de discutir os erros comuns que podem comprometer a integridade do seu carro.

Tipos de quebra-molas

Os quebra-molas, tecnicamente chamados de ondulações transversais, são regulamentados pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e devem seguir padrões específicos para garantir segurança e eficácia. A resolução 600, de 2016, define dois tipos principais de lombadas.

  • Tipo A: mais suave, com 3,7 metros de comprimento, ideal para reduzir a velocidade para 30 km/h.
  • Tipo B: mais curto e angular, com 1,5 metro de comprimento, reduz a velocidade para 20 km/h e é indicado apenas para vias urbanas de trânsito local.

Essas lombadas precisam ser sinalizadas adequadamente, com pintura e placas indicando a velocidade máxima permitida. Além disso, o uso de lombadas deve ser justificado por estudos técnicos de engenharia de tráfego, que comprovem que outras soluções para redução de velocidade não foram eficazes.

Francisco Satkunas aponta para a “lombofaixa” como uma alternativa mais eficiente ao quebra-molas tradicional. A lombofaixa é uma faixa de pedestres elevada, com uma superfície plana no topo, geralmente pintada em cores chamativas como laranja e branco.

Essa solução oferece um obstáculo mais suave, mantendo a segurança dos pedestres e veículos sem causar tanto impacto nos carros. Para o engenheiro, a lombofaixa é uma opção mais inteligente, pois combina eficiência no controle de velocidade com menor risco de danos aos veículos.

Como passar corretamente em quebra-molas

Foto: Shutterstock

De acordo com Satkunas, o erro mais comum dos motoristas ao enfrentar uma lombada é passar com o carro em diagonal. Ele explica que o ideal é que as duas rodas do veículo passem sobre o quebra-molas ao mesmo tempo, pois essa prática distribui melhor a força sobre os componentes da suspensão, minimizando o impacto.

Passar com o carro inclinado ou apenas com uma roda sobre o obstáculo pode gerar torções na estrutura do veículo, o que é especialmente prejudicial para carros com estrutura do tipo monobloco. Essa torção pode afetar a durabilidade e a integridade dos pontos de solda do automóvel.

Outro ponto importante é evitar passar com uma roda sobre o quebra-molas enquanto a outra permanece na sarjeta. Isso cria um desequilíbrio, sobrecarregando o sistema de suspensão e torcendo o eixo, o que pode causar desgaste prematuro e danos.

Muitos motoristas têm o hábito de frear no momento em que o carro está subindo na lombada. Segundo o engenheiro, essa prática deve ser evitada. Ao frear, o peso do carro se desloca para o eixo dianteiro, sobrecarregando as rodas e a suspensão nessa região.

O ideal é frear o máximo possível antes de chegar à lombada e, no momento da passagem, tirar o pé do freio. Isso ajuda a eliminar a sobrecarga e permite que o carro atravesse o obstáculo de maneira mais suave.

A forma errada de atravessar lombadas pode causar deformações e reduzir a durabilidade de componentes como molas, amortecedores e a suspensão. Além disso, pode provocar o surgimento de ruídos, conhecidos como ‘grilos’, e vibrações indesejáveis no veículo. Esses problemas se agravam em casos de lombadas mais íngremes ou em sequência, onde parafusos e porcas tendem a se desapertar com o tempo.

Embora o impacto maior seja sentido pelo eixo dianteiro, o conjunto traseiro do veículo também sofre. Carros com estrutura de chassi, no entanto, são menos suscetíveis a esses danos, pois possuem maior resistência a torções.

você pode gostar também