Airbags fatais: veja se o seu carro está entre os 2,6 milhões em risco

Um problema grave está emergindo nas estradas brasileiras: 2,6 milhões de carros ainda estão circulando com ‘airbags mortais‘ da marca Takata.

Esses dispositivos de segurança, que deveriam proteger os ocupantes durante um acidente, podem, na realidade, causar ferimentos sérios ou até mesmo a morte.

A informação é alarmante e foi revelada pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), que destacou o risco potencial desses equipamentos.

O que há de errado com os airbags da Takata?

Os airbags da Takata têm demonstrado falhas críticas que podem resultar na expulsão de fragmentos metálicos a uma velocidade superior a 300 km/h durante um acidente.

Esse problema foi motivo de um dos maiores recalls da indústria automotiva, afetando cerca de 100 milhões de veículos em todo o mundo, dos quais 5,9 milhões estão no Brasil.

A situação é ainda mais preocupante, já que, até o momento, apenas 3,3 milhões de veículos foram reparados. O recall envolve a troca de um insuflador, uma cápsula metálica essencial para o funcionamento do airbag.

A falha ocorre devido à exposição dos componentes a condições adversas, como umidade e calor, que deterioram o material e provocam a ruptura do dispositivo.

Rodrigo Kleinubing, perito em sinistros de trânsito, explica que essa explosão descontrolada do airbag pode ser comparada a uma bomba, devido à rápida reação química que ocorre em casos de defeito.

Infelizmente, o defeito nos airbags da Takata já levou à morte de sete pessoas no Brasil, segundo levantamentos da programação da TV Globo.

Um dos casos marcantes ocorreu em 2020, quando um motorista do Honda New Civic LXS 2008 perdeu a vida devido à ruptura do airbag.

Embora o veículo já tenha sido convocado para recall em 2015, o proprietário não atendeu ao aviso, ressaltando a importância de seguir as recomendações das montadoras.

Como saber se seu veículo está afetado?

Para verificar se seu carro possui um recall pendente relacionado aos airbags da Takata, os proprietários podem acessar a página da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) e fornecer o número do chassi ou da placa do veículo. Essa ferramenta é crucial para garantir a segurança nas estradas.

Especialistas estão se manifestando sobre a falta de fiscalização das montadoras em relação aos recalls.

Rodolfo Rizzotto, coordenador do programa SOS Estradas, destaca que a responsabilidade de comunicar os recalls recai sobre as montadoras, o que pode levar a situações em que defeitos graves são ocultados. Ele sugere que a Senatran deveria assumir um papel mais proativo na comunicação dos recalls aos proprietários.

Kleinubing também reforça que as campanhas de recall precisam ser mais eficazes. “Pelo risco, as montadoras deveriam investir em campanhas que realmente conscientizem o público”, defende ele.

Se você é proprietário de um veículo que pode estar afetado, não hesite em levar seu automóvel a uma concessionária autorizada. As montadoras, como Honda, Nissan, Volkswagen e BMW, estão prontas para atender ao recall e já possuem as peças necessárias.

A Honda, por exemplo, ainda conta com 943 mil veículos em circulação com os airbags defeituosos, enquanto a Nissan já realizou o recall de 270 mil unidades, mas ainda tem 70 mil por reparar.