Atenção! Novos radares vão aumentar multas: veja onde serão instalados

A cidade de São Paulo, um verdadeiro labirinto de avenidas e congestionamentos, está passando por uma reformulação significativa em seu sistema de radares. Desde a desativação temporária de muitos equipamentos para modernização, a expectativa era de uma redução sustentável nas multas de trânsito.

Entretanto, novos contratos não apenas revelam a instalação de novos radares, mas também levantam questões sobre a veracidade da promessa do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) de combater a ‘indústria da multa’.

Modernização dos radares em SP

Dados do Observatório de Mobilidade Segura mostram uma queda acentuada nas multas nos últimos anos. Em 2022, foram registrados 9,6 milhões de multas, cifra que despencou para 8 milhões em 2023. E, até setembro de 2024, o número de infrações foi reduzido a apenas 2,2 milhões.

Embora à primeira vista esses números possam sugerir uma melhoria na conduta dos motoristas, a realidade é que 87% dos 877 radares da cidade estão em processo de modernização para atender à Portaria 158/2022 do Inmetro.

Essa atualização promete maior precisão nas medições de velocidade, incluindo tecnologia Doppler que registra a velocidade dos veículos até 100 metros antes e depois do ponto de medição.

No entanto, a promessa de Nunes de não aumentar o número de radares foi comprometida. Em abril de 2024, o prefeito declarou que estava determinado a coibir a “indústria da multa”, mas logo foi contradito ao assinar um decreto que permite a instalação de 661 novos dispositivos.

Este movimento, que surge em meio a uma licitação marcada por investimentos que totalizam bilhões de reais, foi firmado com oito empresas responsáveis pela modernização e instalação dos novos dispositivos.

Com essa articulação, o cenário para o futuro das multas em São Paulo não parece tão otimista. A expectativa é que, com a entrada em operação dos novos radares e a modernização dos existentes, as infrações de trânsito voltem a disparar nos próximos meses.

Isso levanta preocupações não apenas sobre a eficiência no trânsito, mas também sobre a real intenção das autoridades em garantir a segurança viária e promover uma conscientização efetiva dos motoristas.

Enquanto isso, a população se vê enredada em um jogo de contradições: a redução temporária das multas, embora celebrada, pode revelar-se uma bênção efêmera diante da nova onda de fiscalização digital que se aproxima.

A cidade, marcada pelo seu trânsito caótico, prepara-se para um novo capítulo em sua história viária, em que a modernização dos radares poderá impactar não apenas a arrecadação de multas, mas também a relação entre motoristas e a administração pública.