Gasolina com mais etanol: passo para o futuro ou risco para os veículos?

Aumento do percentual de etanol na gasolina pode impactar tanto o meio ambiente quanto a vida útil dos veículos, trazendo benefícios e desafios.

No último dia 8 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o programa “Combustível do Futuro“, propondo novas diretrizes para a gasolina no Brasil. A iniciativa busca descarbonizar a matriz energética nacional, ajustando os percentuais de etanol presentes na gasolina.

Com a aprovação da nova medida, o percentual de etanol na gasolina passa a variar entre 22% e 27%, podendo atingir 35% nos próximos anos. Essa decisão visa reduzir significativamente as emissões de CO2, estimando-se que evitará 705 milhões de toneladas até 2037.

Contudo, a transição traz alguns desafios importantes para os motoristas e a indústria automotiva em geral.

Impactos nos veículos

O aumento do teor de etanol na gasolina afeta diretamente os carros flex. Segundo Rogério Gonçalves, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o consumo tende a subir devido ao menor poder calorífico do etanol comparado à gasolina.

O biocombustível possui apenas 70% do poder energético do combustível fóssil, ou seja, é cerca de 30% menos eficiente no tanque.

Já os carros movidos exclusivamente a gasolina, especialmente os mais antigos, podem enfrentar outros problemas.

Elastômeros e borrachas desses veículos podem sofrer corrosão devido ao elevado teor de etanol, enquanto os sensores podem falhar ao detectar a nova mistura.

Alternativas e recomendações

Para proprietários de veículos mais antigos, é aconselhável utilizar gasolina premium após a mudança, já que o produto possui maior octanagem e menor concentração de etanol. Apesar de ser uma opção mais cara, proporciona melhor desempenho e segurança para esses automóveis.

“A gasolina premium é um combustível de alta octanagem, com 25% de etanol anidro na mistura. Assim, proporciona melhor desempenho ao veículo e pode até deixá-lo mais eficiente. O problema é que também é mais cara”, completa Gonçalves.

A adaptação à nova composição da gasolina promete tornar os carros mais ecológicos, reduzindo a emissão de gases nocivos. No entanto, os motoristas precisarão ajustar hábitos e escolher com cuidado o tipo de combustível, minimizando os impactos negativos em seus veículos.

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