Se eles são do século 19, por que só agora os carros elétricos estão bombando?

Carros elétricos ganharam popularidade graças a avanços tecnológicos e preocupações ambientais, mas a jornada até aqui teve desafios significativos e um histórico de superação.

Os primeiros carros elétricos surgiram no final do século 19, mais precisamente em torno de 1880. Entretanto, a produção em massa desses veículos só se tornou uma realidade a partir da década de 2010. Durante esse intervalo, diversas mudanças ocorreram no cenário automotivo. Dito isso, engana-se quem acredita que eles sejam uma invenção recente.

Inicialmente, os carros a combustão prevaleceram devido ao baixo custo do combustível e à eficiência comparativa. Movimentar um veículo de 1.000 kg com baterias exigia uma carga de 2.500 kg. As tecnologias da época simplesmente não davam suporte aos elétricos.

Com o tempo, a percepção sobre a poluição e a finitude dos combustíveis fósseis impulsionou a busca por alternativas. A introdução das baterias de íons de lítio, que revolucionaram a eletrônica portátil, desempenhou um papel crucial na retomada do interesse por carros elétricos.

Carro elétrico criado pelo engenheiro britânico Thomas Parker, em 1880 (Foto: Reprodução)

A dominação dos carros a combustão

No século XX, os carros a combustão dominaram o mercado. A facilidade de produção em série e a vasta rede de abastecimento contribuíram para sua popularização. A partir dos anos 1970, com a crise do petróleo, o mundo começou a buscar veículos mais eficientes e compactos.

No Brasil, a Gurgel tentou produzir modelos elétricos na década de 1970, mas a predominância de veículos a combustão se manteve. A crise do petróleo despertou o interesse por alternativas energéticas, levando até mesmo a Exxon a investir em novas tecnologias de baterias.

Gurgel Itaipu, 1º carro elétrico do Brasil (Foto: Reprodução)

A bateria de íons de lítio, inventada na década de 1970, ganhou popularidade nos anos 1990 com a Sony. Essa tecnologia revolucionou a forma como armazenamos energia. Ela oferece alta densidade e durabilidade, perfeitas para veículos.

Aos poucos, fabricantes começaram a adotar essa tecnologia. Em 1997, a Toyota lançou o Prius, um híbrido. A GM também lançou o EV-1 em 1996. A Tesla, em 2006, mudou o jogo com seu esportivo Roadster, 100% elétrico.

Nos anos 2000, a China decidiu investir pesadamente em veículos elétricos, buscando reduzir a poluição e a dependência de combustíveis fósseis. Atualmente, é o maior mercado mundial, com 4,6 milhões de unidades vendidas em 2022.

Empresas como BYD, GWM e Chery estão se expandindo no Brasil. A BYD, por exemplo, assumiu uma fábrica da Ford na Bahia. O Brasil observa essa movimentação com expectativa e interesse.

Foto: Shutterstock

Desafios e o futuro dos elétricos

Quase todas as grandes montadoras têm modelos elétricos ou híbridos. No entanto, o preço desses veículos ainda é elevado no Brasil, com modelos de entrada custando cerca de R$ 100 mil. A infraestrutura de carregamento rápido também é limitada.

Apesar desses desafios, o futuro parece promissor. À medida que as tecnologias evoluem e os preços caem, é provável que os carros elétricos se tornem uma escolha viável para mais pessoas, redefinindo a mobilidade global.

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