União Europeia mantém decisão de proibir veículos a combustão até 2035

Bloco reafirma intenção de banir carros a combustão da indústria automotiva, apesar de pressões que vem sofrendo.

A União Europeia, liderada por Bruxelas, anunciou que manterá sua decisão de proibir a venda de novos veículos a combustão a partir de 2035. A medida surge em meio a um cenário desafiador para as montadoras europeias, que enfrentam queda nas vendas de carros elétricos.

Desde o anúncio inicial em 2021, a proposta tem gerado reações mistas. Enquanto algumas nações pedem adiamentos ou maior flexibilidade, o bloco europeu vê a medida como crucial para atingir as metas climáticas e manter a competitividade industrial.

Desafios da indústria automotiva

A indústria automotiva europeia, fortemente impactada pela concorrência de fabricantes chineses, expressa preocupações relacionadas ao fim dos carros a combustíveis fósseis.

Grandes montadoras, exceto a Renault, demonstraram preocupação com a queda nos lucros e com o modo como as regras mais rígidas podem agravar a situação financeira das empresas. A Volkswagen, maior empregadora do setor na Alemanha, cogita até o fechamento de fábricas.

A associação da indústria, Acea, destacou que a nova legislação poderá resultar em multas severas para as empresas. O objetivo das regras é reduzir as emissões de carros em 15% em comparação a 2021, o que gera apreensão entre os fabricantes quanto à sua capacidade de adaptação.

Posição dos líderes europeus

O comissário europeu de clima, Wopke Hoekstra, defende que as novas regras são essenciais para atrair investidores e garantir que a Europa não perca espaço na corrida tecnológica. A ministra Leonore Gewessler reforça que o futuro da indústria é elétrico e que o continente não pode ficar para trás.

Julia Poliscanova, da Transport & Environment, argumenta que adiar a proibição desmotivaria investimentos em fábricas de baterias, essenciais para a transição elétrica. Esse é um pedido de Adolfo Urso, ministro da Indústria da Itália, que cita uma possível “crise” no setor.

Países como a França também buscam flexibilização nas regras, enquanto a Alemanha apoia a continuidade de motores que utilizem combustíveis alternativos. O debate sobre a proibição promete ser intenso no Parlamento Europeu antes da posse dos novos comissários.

A recente decisão de adiar a lei de desmatamento por um ano ilustra as pressões enfrentadas pela UE. Em meio ao revés, um diplomata do bloco enfatizou a necessidade de discussões honestas sobre a viabilidade de alcançar as metas climáticas até 2030.

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