Arrependido? Elon Musk ignorou tecnologia que agora faz sucesso em carros chineses

O avanço tecnológico sempre desafia paradigmas estabelecidos. A tecnologia Lidar, desenvolvida na década de 1960, é um exemplo disso. Inicialmente descartada por Elon Musk como “estúpida” e “cara”, agora ganha espaço entre as montadoras, especialmente entre as chinesas.

Elon Musk, CEO da Tesla, havia criticado severamente o Lidar há cinco anos. Argumentava que o sistema era desnecessário para o Autopilot. Entretanto, a capacidade de criar mapas 3D tem atraído empresas automotivas em busca de segurança e precisão.

Embora a legislação ainda não permita veículos totalmente autônomos, o Lidar garante assistências de condução mais seguras. Com a crescente adoção, ele se torna uma peça-chave no futuro dos automóveis sem motoristas.

Como funciona o Lidar?

• Pulso e reflexão

O Lidar, acrônimo de “Light Detection and Ranging”, emite pulsos de laser que retornam ao sensor após atingirem objetos. Esse retorno permite calcular distâncias e criar um ambiente tridimensional ao redor do veículo.

• Ambientes com pouca luz

A principal vantagem do Lidar é sua eficiência em ambientes escuros. Ele mapeia imagens em 3D, possibilitando que a condução autônoma desvie de obstáculos com precisão, mesmo em locais com pouca ou nenhuma iluminação.

Adoção de Lidar em carros chineses

Montadoras chinesas têm liderado a adoção do Lidar. Exemplos incluem o BYD Seal e o Yangwang U8, ambos prometendo uma experiência de condução segura. O primeiro chega ao Brasil em 2025, enquanto o segundo está previsto para 2026.

Yangwang U8, um dos carros que traz o Lidar em seu sistema (Foto: Divulgação/BYD)

Dentre a lista de implementações globais do Lidar, destacam-se:

• A Audi testa veículos com Lidar em cidades globais, aprimorando a direção assistida.
• A Ford colabora para desenvolver carros autônomos equipados com Lidar.
• A Volvo integrará o Lidar no XC90, estabelecendo-o como padrão.
• A BMW investe em tecnologias autônomas com uso intensivo de Lidar.

Impacto dos custos

Os sensores Lidar são mais caros que as câmeras tradicionais. No entanto, como explica Ricardo Bacellar, especialista automotivo, a tendência é que os custos diminuam com a popularização. A tecnologia de ponta geralmente começa cara, mas torna-se mais acessível com o tempo.

Enquanto a Tesla resiste ao Lidar, outras fabricantes abraçam a inovação. Essa adoção provavelmente reduzirá os preços e possibilitará novas aplicações, tornando o Lidar cada vez mais viável no mercado automotivo global.