Porsche é criticada por perder ‘conceito de luxo’ ao vender carros para funkeiros e emergentes

O mercado de carros de luxo é criticado por permitir que marcas prestigiosas sejam associadas a públicos considerados não tradicionais, como emergentes e funkeiros.

A Porsche, famosa por seus carros de luxo, está no centro de uma polêmica que envolve suas estratégias de vendas no Brasil. A marca tem sido criticada por permitir que seus carros sejam adquiridos por emergentes e funkeiros. Esse grupo de consumidores, segundo especialistas, representa uma ruptura com o perfil tradicional da clientela de luxo.

As críticas se intensificaram após a publicação de uma matéria na revista Ceará, que apontou a música funk como um vetor de consumo de marcas elitistas. As letras de funks ostentação mencionam frequentemente marcas de grife, promovendo a ideia de ascensão social por meio do consumo desses produtos.

Especialistas do mercado automotivo, entrevistados pela mesma publicação, também manifestaram suas preocupações. Eles argumentam que a associação da Porsche com o funk e rap pode prejudicar seu conceito de exclusividade. Essa mudança de público-alvo, segundo eles, pode afastar clientes tradicionais que valorizam a discrição e o status social.

Impactos no mercado de luxo

Músicas de ostentação têm sido comumente associadas a marcas de luxo (Foto: Divulgação/Porsche)

Analistas afirmam que as letras de funk ostentação vendem uma falsa promessa de inclusão social. Produtos de luxo são apresentados como panaceias para a desigualdade social e o complexo de inferioridade. A crítica se concentra na superficialidade dessa narrativa, que reduz a inclusão a uma mera questão de consumo.

Entre os consumidores tradicionais, há o temor de que o luxo perca seu valor como símbolo de status e exclusividade. Gustavo Celerate, consultor entrevistado pela revista, destacou que famílias tradicionais tendem a evitar vizinhanças compartilhadas com os novos ricos, como os funkeiros. Essa reação ilustra o desejo de manter uma clara separação social.

O debate em torno da Porsche e do público emergente levanta questões relevantes sobre o futuro das marcas de luxo. Será que elas devem permanecer fechadas a grupos tradicionais? Ou devem se adaptar à nova realidade do consumo emergente? A resposta pode definir o rumo do mercado de luxo nos próximos anos.

*Com informações da revista Ceará

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