Carros vão ficar mais baratos? Acordo entre Mercosul e União Europeia pode mudar tudo
O acordo entre Mercosul e União Europeia promete impactar o setor automotivo no Brasil, com um cronograma de redução tarifária que pode alterar preços e estimular a competitividade.
No dia 6 de dezembro, foi anunciado um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, com potencial para afetar profundamente a indústria automotiva brasileira. Embora a iniciativa promova a redução dos impostos de importação, a forma como isso impactará os preços dos carros no país ainda é motivo de debate.
Segundo o novo cronograma, os impostos serão reduzidos ao longo de 18 anos para veículos eletrificados, enquanto automóveis a hidrogênio e aqueles com tecnologias ainda indisponíveis terão uma desoneração estendida a 25 e 30 anos, respectivamente. Os carros com motores a combustão seguirão um cronograma de 15 anos.
A motivação do acordo pode estar ligada ao Programa Mobilidade Verde, que visa impulsionar o uso do etanol e fortalecer a produção nacional. O objetivo é que o Brasil avance na eletrificação sem ficar excessivamente dependente de importações de veículos híbridos e elétricos.
Impactos econômicos
A implementação do acordo pode transformar o cenário econômico automotivo. Um mecanismo de proteção da indústria nacional está previsto, possibilitando o aumento temporário das tarifas para 35% se for notado um aumento acentuado de importações europeias, protegendo a produção local.
Além disso, o Brasil poderá se tornar um polo atrativo para fabricantes asiáticos, especialmente chineses, que enfrentam barreiras comerciais na Europa. Ao se estabelecerem no Brasil, essas empresas podem utilizar o país como base para atingir o mercado europeu.
Oportunidades para a indústria local
Apesar dos potenciais benefícios, a indústria automotiva brasileira expressa cautela. De acordo com a Anfavea, o acordo ainda precisa ser analisado cuidadosamente para se entender todos os seus impactos.
O fortalecimento da competitividade local e a proteção do ecossistema automotivo são pontos cruciais. Confira um resumo do que se sabe até agora:
- 18 anos para desgravação de veículos eletrificados;
- 25 anos para veículos a hidrogênio;
- 30 anos para automóveis de novas tecnologias;
- Proteção temporária de até cinco anos com tarifa de 35%.
Visão de Futuro
Consultores sinalizam que o Brasil terá oportunidades para exportar veículos menores à Europa, mas, para isso, precisará aumentar sua competitividade. A expectativa é que o novo acordo entre em vigor apenas a partir de 2033, quando o país já terá desenvolvido um novo sistema tributário.
Portanto, o acordo Mercosul-UE poderá oferecer tanto desafios quanto oportunidades significativas para o Brasil. A integração com o mercado europeu pode alavancar a inovação e a competitividade, mas a indústria local precisará se adaptar para colher todos os benefícios.