Influenciador ensina a burlar blitz com ‘macete do guincho’: afinal, é crime?
Vídeo viral ensina como burlar blitz usando guincho, mas atitude pode ser enquadrada como crime, alerta especialista.
Recentemente, um vídeo de um influenciador conhecido como Hebert Criston, que se autodenomina “rei dos macetes”, ganhou destaque nas redes sociais. No vídeo, ele revela como burlar uma blitz de trânsito, mesmo com o documento do carro vencido. O método envolve simular um defeito no veículo e acionar um guincho para evitar a fiscalização.
A gravação gerou debate entre os usuários. Enquanto alguns elogiaram a criatividade, outros condenaram a atitude como egoísta e irresponsável. O uso inadequado de serviços de emergência para escapar de penalidades legais levanta uma questão ética importante. Isso leva a um questionamento: tal comportamento configura crime?
Golpe do guincho é crime?
Foto: Shutterstock
Marco Fabrício Vieira, advogado e Conselheiro do Cetran-SP, esclarece que não há infração direta ao Código de Trânsito Brasileiro quando um veículo é guinchado com documentos vencidos. Contudo, o ato de acionar serviços de emergência sob falsos pretextos pode violar o artigo 266 do Código Penal, que aborda a interrupção de serviços de utilidade pública.
A lei prevê penas severas para quem interfere em serviços essenciais, como telefonia e guinchos de emergência. A interrupção desses serviços, mesmo por um ‘macete‘ inofensivo, pode resultar em reclusão de até três anos, além de multas significativas. Vieira destaca que a legislação visa assegurar o funcionamento contínuo desses serviços, essenciais para a coletividade.
Impacto nas redes sociais e sociedade
A repercussão nas redes sociais destacou o uso impróprio de serviços de guincho, reservados para emergências reais. Em rodovias, esses serviços são cruciais para a segurança, removendo veículos acidentados ou avariados. Ao usar o serviço em uma situação não emergencial, o influenciador pode ter causado atrasos significativos para aqueles em necessidade legítima.
Embora o vídeo tenha um tom humorístico, a atitude pode incentivar práticas semelhantes por outros motoristas, agravando o problema. Este comportamento irresponsável destaca a importância do uso consciente de serviços públicos, além de evidenciar a necessidade de responsabilidade ao compartilhar conteúdos online.
Hebert Criston não se pronunciou sobre o caso até o momento da publicação desta reportagem; porém, sua página no Instagram foi removida. A discussão traz à tona questões legais e morais sobre o uso de serviços públicos e a influência das redes sociais em comportamentos do cotidiano.
*Com informações UOL