Por essa motoristas não esperavam: gasolina vai ficar mais cara a partir de 1º de fevereiro
Reajuste do ICMS para combustíveis, a partir de 1º de fevereiro, impactará preços e inflação no Brasil.
Em 1º de fevereiro, motoristas brasileiros enfrentarão um aumento nos preços dos combustíveis. A causa é a elevação das alíquotas do ICMS, que afetará a gasolina, o etanol, o diesel e o biodiesel em todo o território nacional.
Essa decisão, embora necessária para equilibrar as contas fiscais dos estados, pode intensificar as preocupações relacionadas à inflação. O reajuste nas alíquotas do ICMS resultará em um acréscimo de R$ 0,10 por litro para gasolina e etanol, elevando o valor para R$ 1,47.
No caso do diesel e do biodiesel, o aumento será de R$ 0,06 por litro, chegando a R$ 1,12. Essa medida promete agravar a pressão inflacionária, visto que os combustíveis desempenham um papel central nos custos de transporte e, consequentemente, nos preços de bens e serviços.
O Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz) justifica o aumento como uma estratégia para garantir a justiça tributária e alinhar as finanças públicas com as variações do mercado.
Entretanto, a decisão vem em um momento sensível para a economia, que ainda enfrenta os efeitos da pandemia e um cenário inflacionário desafiador.
Impacto na economia e inflação
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Com o reajuste do ICMS, os combustíveis podem exercer ainda mais influência sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em 2024, a gasolina já havia sido um dos componentes de maior peso, contribuindo para que a inflação ultrapassasse o teto da meta. Esse cenário geralmente leva o Banco Central a adotar taxas de juros mais elevadas, com o objetivo de controlar a inflação, porém também desacelerando a economia.
- Desafio da defasagem de preços
Apesar de não seguir mais o Preço de Paridade Internacional, a Petrobras enfrenta uma defasagem significativa nos preços domésticos.
Segundo a Abicom, essa diferença chega a R$ 0,85 por litro no diesel e a R$ 0,37 na gasolina, prejudicando a competitividade do mercado interno. O último ajuste significativo nas refinarias ocorreu em julho do ano passado, com os preços permanecendo estáveis desde então.
Consequências para o mercado de combustíveis
O aumento do ICMS soma-se à pressão exercida pela alta do dólar, que recentemente ultrapassou R$ 6. Essa combinação resulta em inevitáveis repasses aos consumidores, elevando os preços nas bombas.
Como os combustíveis são fundamentais para diversos setores, esse aumento tende a desencadear um efeito cascata sobre a economia, potencializando a inflação e impactando a vida de milhões de brasileiros.
No geral, o reajuste do ICMS sobre os combustíveis é uma tentativa de reequilibrar as finanças estaduais, mas traz desafios significativos para a economia e a sociedade.
O aumento dos preços nas bombas pode reforçar a inflação, exigindo medidas do governo para mitigar seus efeitos sobre o poder de compra das famílias e a competitividade das empresas.