BYD se torna a 3ª montadora mais valiosa do mundo, mas sucesso já traz problemas

Em apenas quatro anos, a BYD multiplicou sua produção por dez, tornando-se um gigante no setor automotivo, mas enfrenta novos desafios.

A BYD, fabricante chinesa de veículos elétricos e híbridos, experimentou uma ascensão impressionante nos últimos anos, multiplicando sua produção por dez em quatro anos.

Com valor de mercado de US$ 105 bilhões, a empresa é atualmente a terceira mais valiosa do mundo, atrás apenas da Toyota e da Tesla.

A rapidez com que a BYD cresceu é notável, mas também traz questionamentos sobre sua sustentabilidade. Warren Buffett, investidor de renome, recentemente reduziu sua participação na empresa, sinalizando possíveis preocupações futuras.

A política internacional e as tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China são fatores que não podem ser ignorados. A administração de Joe Biden impôs tarifas de 100% sobre veículos elétricos chineses e baniu o uso de tecnologia chinesa nos Estados Unidos.

Este cenário representa um desafio significativo para a expansão da BYD no território americano. Agora, a empresa precisa lidar com barreiras tarifárias e restrições comerciais em mercados globais.

Expansão e inovação da BYD

Foto: Shutterstock

A fundação da BYD ocorreu em Shenzhen, China, há 30 anos, focada inicialmente em baterias para celulares. Em 2005, a empresa entrou no setor automotivo e lançou seu primeiro carro a combustão.

  • 2008: lançamento do primeiro híbrido plug-in
  • 2009: apresentação do primeiro carro elétrico
  • 2022: fim da produção de carros exclusivamente a combustão

A BYD também intensificou seus esforços de exportação. Em 2023, exportou 400 mil carros, dos quais 100 mil foram destinados ao Brasil. A meta para 2024 é exportar 800 mil unidades, enquanto expande suas operações para locais como Indonésia e México.

Estratégia de verticalização e inovação

A BYD fabrica 80% dos componentes de seus carros internamente, o que resulta em custos 25% menores em comparação com concorrentes ocidentais.

As baterias Blade de lítio-ferro-fosfato são um exemplo de inovação e eficiência, atraindo até mesmo a Tesla como cliente.

Além disso, a empresa possui uma equipe de 110 mil engenheiros e já registrou 29 mil patentes globais, destacando-se pelo design moderno e atraente de seus veículos.

Desafios e incertezas no horizonte

Embora a BYD esteja em uma trajetória ascendente, questões sobre a durabilidade e qualidade de seus produtos surgem. Estudos recentes indicam problemas de qualidade em modelos populares, como o Seal e o Song Plus.

Ainda há desafios adicionais em termos de tarifas e restrições comerciais em mercados-chave, como os Estados Unidos e a União Europeia. A associação de fabricantes no Brasil, Anfavea, alega prática de _dumping_, pressionando por ações governamentais contra a BYD.

Problemas internos e estratégias comerciais

A estratégia agressiva da BYD, como a abertura de múltiplas concessionárias em proximidade, tem gerado insatisfação entre os revendedores. O aumento dos estoques e as práticas de desconto também pressionam os lucros.

Apesar dos desafios, os consultores especialistas acreditam que esses problemas são gerenciáveis e que a BYD possui potencial para superar os obstáculos.

A trajetória da empresa até agora é admirável, mas manter o ritmo de crescimento exigirá ajustes estratégicos. O futuro da BYD dependerá de sua habilidade para navegar por um cenário global cada vez mais complexo.

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