Caros e desnecessários! Por que a assinatura de serviços para veículos está indo de mal a pior?
Pesquisa aponta que mais de 75% dos motoristas evitam assinaturas de serviços, destacando o alto custo e a desvalorização dos recursos oferecidos.
Com a crescente conectividade dos automóveis, montadoras buscam novas fontes de receita por meio de assinaturas de veículos. Contudo, um estudo da Smartcar sugere que a maioria dos motoristas não está disposta a aderir a esses serviços pagos.
A pesquisa, que abrangeu mais de 1.000 motoristas da Europa e dos Estados Unidos, revela que 76% não utilizam tais serviços.
A previsão é que, até 2030, quase todos os novos veículos sejam equipados com tecnologia conectada. Isso representaria um aumento significativo no potencial de serviços digitais.
Porém, apesar do potencial financeiro, os motoristas demonstram resistência, citando principalmente o custo elevado como barreira.
Desafios e oportunidades para as montadoras
Dentre aqueles que já assinam, 49% pagam pelas assinaturas, enquanto os outros 51% usam versões gratuitas.
Apenas uma pequena parcela de 11% dos entrevistados mostra total desinteresse por quaisquer assinaturas. No entanto, muitos afirmam que poderiam considerar o serviço caso houvesse uma redução nos preços.
Algumas montadoras enfrentaram reações negativas ao tentarem cobrar por serviços antes gratuitos. A BMW, por exemplo, desistiu de implementar taxas para os bancos aquecidos após críticas. Audi e Mazda também passaram por situações semelhantes ao tentarem monetizar funcionalidades já disponíveis.
BMW iria cobrar pelo serviço de aquecimento dos bancos; porém, após repercussão negativa, a montadora voltou atrás na decisão (Foto: Divulgação/BMW)
Quantidade vs. qualidade dos serviços
Para os motoristas que assinam, 74% estão satisfeitos com os preços, embora 61% desejem mais recursos pelo valor pago.
Serviços como assistência de emergência e manutenção são valorizados, enquanto a chave virtual perde relevância.
- Modelo de negócio em evolução
Especialistas sugerem que a indústria precisa repensar seu modelo de assinaturas. Isso porque a ideia de pagar por algo já instalado no carro não atrai os consumidores.
A indústria deve buscar alternativas que não dependam exclusivamente da venda de software.
Falta de interesse e mudança de estratégia
A resistência às assinaturas pode estar ligada à percepção de valor. Com orçamentos apertados, motoristas esperam que cada gasto valha a pena. Montadoras que entenderem esse equilíbrio podem ter mais sucesso em converter tecnologias em fontes de receita.
No entanto, sem detalhamentos por marca ou modelo, é difícil prever quais públicos aceitam melhor esses serviços. Motoristas de carros de luxo talvez estejam mais abertos a testes, enquanto consumidores de veículos populares podem ser mais reticentes.