Lula libera R$ 19 bilhões para montadoras — veja o que está por trás do novo programa
Presidente Lula regulamenta o programa Mover, alinhando metas de eficiência energética e sustentabilidade.
Na última terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a regulamentação do programa Mover, surpreendendo a indústria automotiva nacional. A medida responde aos anseios da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras no Brasil.
O setor aguardava há mais de um ano por esse avanço, que define parâmetros técnicos e ambientais essenciais para o futuro das fabricantes locais.
Durante a cerimônia na fábrica da Nissan em Resende (RJ), Lula sancionou o decreto que estabelece diretrizes para a indústria automotiva. A assinatura do documento ocorreu sem a inclusão do IPI Verde, surpreendendo as montadoras, pois elas não tiveram acesso ao texto antes de sua divulgação.
Esse passo é crucial para a manutenção dos investimentos planejados no país.
Parâmetros estabelecidos pelo programa Mover
O decreto recém-assinado por Lula define metas de eficiência energética e redução de emissões para veículos leves e pesados. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), espera-se a adequação ao consumo energético do tanque à roda até outubro de 2026.
A segunda fase visa a manutenção dessas metas até 2031.
Metas de redução de emissões
Para o ciclo do “poço à roda”, o objetivo é reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030, em comparação aos dados de 2011. Normas técnicas nacionais e internacionais validarão o cumprimento dessas metas, conforme o MDIC.
- Até 2026: adesão aos índices de consumo energético.
- Até 2027: metas de reciclabilidade e segurança estrutural.
- Até 2030: redução de 50% das emissões de carbono.
- Até 2031: manutenção das metas estabelecidas.
Incentivos financeiros e segurança veicular
O Mover destina R$ 19,3 bilhões em incentivos para as montadoras, com R$ 3,8 bilhões liberados este ano e mais R$ 3,9 bilhões previstos para o próximo. O foco recai na eficiência energética, reciclabilidade e segurança.
Além disso, a partir de 2027, parâmetros de segurança mais rigorosos serão exigidos, incluindo tecnologias como frenagem automática de emergência e controle de estabilidade.
Com o objetivo de ampliar a descarbonização da frota e estimular a produção de novas tecnologias, o Mover deve gerar um ciclo de R$ 130 bilhões em aportes pelas montadoras instaladas no país.
O projeto também encoraja a economia circular por meio da aquisição de sucatas veiculares em leilões, permitindo a compensação parcial dos compromissos. Com isso, o governo visa transformar a indústria automotiva em um modelo de inovação e sustentabilidade, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia nacional.