Reforma tributária aprovada traz polêmica sobre o futuro dos carros elétricos
Proposta inclui carros flex nos benefícios fiscais para fábricas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Após a aprovação pelo Senado Federal, o texto da Reforma Tributária retorna à Câmara dos Deputados. No entanto, um dos temas que geraram polêmica foi a inclusão de motores a combustão nos incentivos fiscais para fábricas instaladas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Essa ação provocou repúdio por parte dos fabricantes e da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Diante desse cenário, montadoras como Volkswagen, General Motors, Toyota e GWM criticaram a iniciativa em uma carta aberta. Originalmente, a proposta previa incentivos fiscais exclusivos para veículos eletrificados, incluindo híbridos.
Reforma tributária
No entanto, a emenda na proposta agora propõe estímulos regionais também para veículos movidos a combustão até 2032, ampliando o benefício que, inicialmente, se estenderia apenas até 2025. A prorrogação inicial abrangia apenas os carros elétricos.
Essa iniciativa favorece a Stellantis, pois o grupo possui uma fábrica em Goiana (PE), a HPE, representante da Mitsubishi, devido à fábrica em Catalão (GO), e a Caoa, devido à unidade fabril em Anápolis (GO). Além disso, a BYD também deve ser beneficiada, pois recentemente adquiriu a fábrica da Ford em Camaçari (BA).
Aqui estão alguns dos modelos produzidos nessas fábricas:
Stellantis
- Ram Rampage
- Jeep Commander
- Jeep Compass
- Jeep Renegade
- Fiat Toro
Caoa
- Hyundai Tucson
- Caoa Chery Tiggo 5X
- Caoa Chery Tiggo 7
- Caoa Chery Tiggo 8
HPE
- Mitsubishi L200
- Mitsubishi Eclipse Cross
Elétricos
Por outro lado, a ABVE observa o cenário com pessimismo, visto que os fabricantes terão mais tempo para investir em motores flex. Essa ação é considerada um retrocesso, já que os benefícios tributários para os elétricos e híbridos serão os mesmos concedidos aos motores a combustão.
Finalmente, a ABVE posiciona-se contra a prorrogação dos incentivos regionais para veículos a combustão e inclina-se ao pedido de incentivo a novas tecnologias, como a de descarbonização, presente nos híbridos e elétricos.