Impostos sobre veículos eletrificados aumentam: o que isso significa para o consumidor?
Novas taxas de importação para veículos eletrificados entram em vigor, elevando preços e incentivando a fabricação nacional.
Entrou em vigor no Brasil uma nova tabela de alíquotas de importação para veículos eletrificados, válida a partir de 1º de julho. Esta modificação faz parte de um plano de retomada gradual iniciado no final de 2021.
A medida afeta diretamente modelos híbridos plenos, híbridos plug-in e totalmente elétricos, que até então desfrutavam de incentivos fiscais.
Os novos percentuais para importação são: 30% para modelos híbridos plenos (anteriormente 25%), 28% para híbridos plug-in (antes 20%) e 25% para elétricos totais (antes 18%).
Espera-se que a próxima alteração ocorra em julho de 2026, quando todos os veículos eletrificados passarão a uma alíquota única de 35%.
Impacto no mercado automotivo nacional
O aumento das alíquotas afeta principalmente as montadoras que dependem da importação para comercializar seus veículos no Brasil.
Entre as marcas, as chinesas GWM e BYD estão se preparando para mitigar esse impacto, aumentando antecipadamente seus estoques e planejando a produção local com instalações CKD e SKD. Esse tipo de montagem permite tributações menores, com taxas de 16% e 18%, respectivamente.
Enquanto algumas marcas se adaptaram rapidamente, outras, como a GAC, ainda se baseiam fortemente em importações. Com o aumento dos custos de importação, é provável que essas empresas enfrentem desafios em breve, tais como a necessidade de reduzir as remessas.
Outra possível consequência é um ajuste nos preços ao consumidor, uma notícia ruim para quem planeja adquirir um eletrificado.
Foco na produção local
Segundo o governo federal, a estratégia de aumento gradual na tarifa tem como objetivo principal fomentar a produção local de veículos, estimulando empresas a iniciar atividades fabris no país.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) propôs inicialmente um aumento imediato para 35%, mas o plano atual favorece uma transição mais suave.
Com a nova política, o Brasil busca fortalecer sua indústria automotiva, reduzindo a dependência de importações e promovendo competitividade entre fabricantes locais e internacionais. Veículos produzidos no país continuam isentos dessas novas alíquotas, incentivando ainda mais a fabricação nacional.