Caoa Chery pode ser ‘expulsa’ de fábrica após suspender operações
Prefeitura de Jacareí analisa a desapropriação da fábrica da Caoa Chery, devido ao descumprimento de um acordo.
A administração municipal de Jacareí, São Paulo, está avaliando medidas drásticas em relação à fábrica da Caoa Chery, fechada desde 2022. Se a montadora não apresentar um plano claro para retomar as operações em até 45 dias, pode enfrentar a desapropriação do terreno.
A unidade foi inaugurada em 2010 e falhou em cumprir a função social esperada, principalmente a geração de empregos em massa. A expectativa inicial era de criar mais de 3 mil postos de trabalho, mas esse objetivo não foi atingido.
Em 2020, a fábrica possuía somente 444 empregados, um número significativamente abaixo do prometido. Isso gerou preocupação no governo local sobre o impacto econômico na cidade.
Atualmente, a planta se encontra inativa, sem qualquer produção ou funcionários.
Impactos econômicos e processo legal
O prefeito de Jacareí, Celso Florêncio, destacou que o impasse com a Caoa Chery resulta em prejuízos para o município. “Tentamos diálogo, mas sem sucesso, consideramos agora o litígio”, declarou.
O terreno da fábrica, avaliado em R$ 63,8 milhões, poderá ser leiloado. O objetivo do leilão é atrair novas indústrias que possam gerar emprego e renda para a cidade.
Segundo Florêncio, a planta deve cumprir seu propósito social para beneficiar a população local.
Uma desapropriação pode resultar em indenização à montadora. O valor estimado é de R$ 17,7 milhões, levando em conta o investimento municipal prévio de R$ 46 milhões em infraestrutura e incentivos fiscais.
Resposta da Caoa Chery e prazo de 45 dias
A montadora justificou a paralisação como parte de sua estratégia de reestruturação. No entanto, desde sua paralisação, a fábrica não retomou as atividades, e a Caoa Chery transferiu parte do terreno para a Omoda Jaecoo.
Não há, até o momento, informações sobre operações futuras desta nova empresa.
A empresa ainda não recebeu formalmente a notificação da Prefeitura e não se pronunciou sobre a retomada das atividades. O ofício enviado exige um plano de reativação ou uma proposta concreta de uso do imóvel.
Se a empresa não responder dentro do prazo estipulado, a administração municipal iniciará um processo de desapropriação. Essa situação abre portas para a chegada de novas empresas interessadas na estrutura disponível.