Multas de trânsito: 3 mitos que podem custar sua CNH (e você nem sabia)
Desvende três mitos sobre multas de trânsito e saiba como evitar surpresas e prejuízos com essas infrações.
Se você dirige no Brasil, é quase certo que já ouviu (ou até repetiu) alguma frase duvidosa sobre multas de trânsito. Afinal, esse é um tema recorrente no dia a dia dos motoristas e, com ele, surgem suposições que se espalham como verdades absolutas.
O problema é que acreditar em informações equivocadas pode gerar consequências sérias: desde acúmulo inesperado de pontos na carteira até a perda do direito de dirigir.
Por isso, entender como as regras de trânsito funcionam de verdade é essencial para se manter em dia com a legislação e dirigir com tranquilidade.
Levei multa e agora? 3 mitos que podem te prejudicar sem você perceber
Foto: Shutterstock
A seguir, desvendamos três mitos comuns sobre multas de trânsito que continuam confundindo condutores em todo o país.
1. “Radar nunca erra”: um mito que pode sair caro
Uma das crenças mais comuns entre motoristas é a de que os radares de trânsito são infalíveis. Embora esses dispositivos sejam projetados para operar com alta precisão, a verdade é que falhas técnicas podem acontecer, sim.
Radares fixos, por exemplo, costumam ter uma margem de tolerância (normalmente de 7 a 10%) acima do limite permitido.
Já os radares móveis, instalados em locais variados, podem apresentar erros de calibração, funcionamento irregular ou problemas na sinalização do trecho fiscalizado.
➡️ O que fazer: se você foi multado e suspeita de erro, é seu direito contestar. Junte provas (como fotos, vídeos ou GPS do trajeto) e protocole a defesa dentro do prazo estipulado pela notificação.
2. “Levei uma multa, minha CNH será suspensa”: nem sempre
Outro equívoco recorrente é acreditar que qualquer multa resulta na suspensão da carteira de habilitação. Na prática, não é bem assim.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, a suspensão da CNH só ocorre quando o condutor atinge 20 pontos ou comete uma infração autossuspensiva, como racha, dirigir embriagado ou manobra perigosa.
➡️ Fique atento: nem toda infração é gravíssima, e a pontuação varia entre 3 e 7 pontos. É importante acompanhar sua pontuação periodicamente por meio da Carteira Digital de Trânsito ou pelo site do Detran do seu estado.
3. “Os pontos da multa somem depois de 12 meses”: verdade parcial
Muitos motoristas acham que, após um ano corrido, os pontos na carteira de habilitação são zerados automaticamente. Mas essa é uma meia-verdade que pode gerar confusão.
Os pontos não expiram todos juntos, e sim individualmente, 12 meses após a data de cada infração. Ou seja: se você foi multado em março de 2024, os pontos dessa infração só deixarão de contar em março de 2025.
➡️ Cuidado com o acúmulo: ao perder o controle sobre prazos, o condutor corre o risco de ultrapassar o limite permitido sem perceber, o que pode gerar a suspensão da CNH e outras penalidades.
Fui multado, e agora? Saiba como agir corretamente
Ao receber uma notificação de multa, a primeira atitude deve ser verificar os detalhes da infração. Analise se os dados estão corretos e se o local estava devidamente sinalizado. Erros formais ou problemas técnicos são motivos válidos para recurso.
Além disso:
- Verifique o prazo para apresentar defesa prévia ou recurso à JARI;
- Não deixe de pagar a multa dentro do vencimento, mesmo que vá recorrer (para evitar juros ou bloqueio de documentos);
- Acompanhe o processo pelo portal do Detran ou pelo app da Carteira Digital de Trânsito.
Informação é a melhor forma de evitar surpresas no trânsito
A circulação de mitos sobre multas de trânsito no Brasil reforça a importância de se manter bem informado sobre a legislação vigente.
Conhecer seus direitos e deveres como condutor pode evitar punições indevidas, gastos desnecessários e até mesmo a suspensão da CNH.
Dirigir com responsabilidade e baseado em informações corretas é a chave para uma condução segura — e um histórico limpo no seu prontuário.