Caminhão elétrico da Tesla divide opiniões entre caminhoneiros; veja por quê

Tesla Semi é avaliado em rotas reais e desempenho é positivo, mas limitações de autonomia geram críticas.

Grandes transportadoras colocaram o Tesla Semi em rotas de carga, e motoristas passaram a avaliá-lo em operações reais nas rodovias americanas. O conjunto de desempenho, aceleração, dirigibilidade e tecnologia de bordo do veículo despertou interesse, mas também abriu espaço para críticas.

Desde os primeiros testes, o relato dos caminhoneiros indica ganhos específicos e limites claros. Por outro lado, esses relatos mostram desafios práticos que podem definir a velocidade de adoção do caminhão elétrico pesado.

Como motoristas de longa distância recebem por milha rodada, cada minuto parado em recarga representa renda perdida. Além disso, frotas com janelas de entrega apertadas sentem o impacto do tempo de espera nos cronogramas.

Autonomia e recarga em cenários reais

Segundo motoristas, o Tesla Semi entrega boa condução em estrada, porém a autonomia declarada de 500 milhas cai em condições adversas. Vento de frente, aclives e cargas pesadas reduzem o alcance de forma acentuada.

Em um caso relatado, rajadas fortes obrigaram uma parada antecipada para recarga, mesmo após iniciar o trajeto com a bateria cheia.

A Tesla afirma que o Semi recupera 70 por cento da carga em cerca de 30 minutos em carregadores rápidos. Na prática, porém, as paradas duram mais, pressionam quem recebe por milha e complicam rotas longas.

Para frotas com agenda rígida, esse tempo ocioso preocupa e, até a rede crescer, afeta qualquer semipesado elétrico.

Cabine com posição central e operações

O posto de condução fica no centro da cabine, apoiado por câmeras e telas de navegação.

Alguns profissionais elogiam a visibilidade ampla e a experiência diferente do habitual. Porém, manobrar de ré em docas sem poder se inclinar pela janela complica o alinhamento e aumenta o esforço.

Nas portarias de acesso, documentos que antes passavam pela janela esquerda agora exigem que o motorista se levante do assento. Além disso, essa rotina somada às manobras adiciona minutos a atividades normalmente breves e, consequentemente, o ciclo perde agilidade.

Reação da indústria e ritmo de adoção

Por estar entre os primeiros de sua categoria nas rodovias americanas, o Tesla Semi recebe atenção redobrada de operadores e analistas. Ele ganhou elogios pelo desempenho, pela dinâmica e pelo desenho.

Entretanto, limitações de alcance, tempos de recarga e ergonomia da cabine alimentam críticas e calibram expectativas de adoção.

O Tesla Semi ainda não substitui o diesel, mas sinaliza um avanço concreto na eletrificação do frete. Até que a infraestrutura cresça e a cabine evolua, gestores pesarão ganhos de desempenho contra restrições de autonomia e operação. Assim, a adoção deve avançar por rotas específicas, guiada por prazos, custos e perfil de carga.

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