Freio a tambor com ímã: solução retrô da Stellantis promete ‘frear’ a poluição
Stellantis surpreende ao transformar freio a tambor em solução sustentável com ímãs.
A Stellantis está prestes a surpreender o setor automotivo com uma solução que mistura tradição e inovação. Isso porque a montadora registrou uma patente que revive o clássico freio a tambor, mas com uma tecnologia moderna: a adição de componentes magnéticos capazes de capturar partículas nocivas liberadas durante as frenagens.
A ideia, que pode parecer retrô, surge como resposta a um desafio urgente da mobilidade atual: a poluição invisível gerada pelo desgaste dos sistemas de freio.
A poluição que você não vê: a poeira de freio
Sempre que um carro aciona os freios, ocorre atrito entre pastilhas e discos (ou entre sapatas e tambores). Esse processo transforma energia cinética em calor, mas também libera partículas metálicas e poeira fina no ar.
Conhecida como poeira de freio, essa sujeira não apenas escurece rodas e calotas, mas também traz riscos à saúde: estudos indicam que pode causar problemas respiratórios, inflamações pulmonares e até doenças cardiovasculares.
Pesquisas no Reino Unido revelaram que essas partículas podem ser ainda mais tóxicas do que os gases de motores a diesel, o que acendeu o alerta em órgãos reguladores.
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Norma Euro 7: a pressão por soluções sustentáveis
A Europa já deu o primeiro passo ao incluir a emissão de partículas de freio na rigorosa norma Euro 7, forçando as montadoras a repensarem completamente seus sistemas de frenagem.
É nesse cenário que a Stellantis aposta no freio a tambor magnético, uma solução que promete capturar grande parte das partículas ferrosas antes que cheguem ao meio ambiente.
Por que voltar ao freio a tambor?
Embora considerado ultrapassado em carros modernos, o freio a tambor possui características que se tornam vantajosas na era dos veículos elétricos. Como suas partes de atrito ficam protegidas dentro de uma carcaça, a retenção de resíduos é mais eficiente do que nos freios a disco, que estão totalmente expostos.
Não por acaso, modelos como o Volkswagen ID.4, o Fiat 500e e até o Audi Q4 e-tron já utilizam freios a tambor, aproveitando também outra vantagem: em carros elétricos, o freio regenerativo reduz a necessidade de uso constante do sistema mecânico, prolongando sua vida útil e diminuindo o desgaste.
Freio a tambor magnético: vantagens e limitações
A tecnologia da Stellantis não elimina 100% da poeira de freio, já que partículas não ferrosas ainda podem escapar. No entanto, representa um avanço considerável em relação aos sistemas atuais.
A manutenção também seria simples: a limpeza dos ímãs poderia ser realizada em revisões de rotina, sem custos adicionais relevantes.
E como os freios em veículos elétricos sofrem bem menos desgaste, a durabilidade do sistema magnético pode ultrapassar centenas de milhares de quilômetros, oferecendo eficiência e sustentabilidade a longo prazo.
Uma solução clássica para a mobilidade do futuro
Ao unir um componente histórico com tecnologia inovadora, a Stellantis mostra que até soluções consideradas ultrapassadas podem ser reinventadas.
O freio a tambor com ímã tem potencial para reduzir de forma significativa a poluição invisível e se tornar um marco nos sistemas de frenagem dos carros elétricos.