Por que aeroportos têm ‘faixa de pedestres’ na cabeceira da pista?

Entenda o que significam as listras na cabeceira da pista e como apoiam a segurança nos aeroportos.

Nos aeroportos, listras paralelas pintadas de branco na cabeceira lembram uma faixa de pedestres, porém orientam aeronaves, não pessoas. Afinal, o que significam?

Elas indicam o início efetivo da pista e oferecem referência visual direta aos pilotos. Além disso, deixam clara a largura disponível para pousos e decolagens.

No aeroporto Santos Dumont, a pista principal tem 12 listras (45 m), e a auxiliar, oito (30 m). Esses números se repetem em muitos terminais: pistas comerciais geralmente exibem 12 listras; as maiores chegam a 16, e as menores podem ter quatro.

Assim, a quantidade varia de quatro a 16 linhas, conforme a infraestrutura local.

Sinalização e segurança operacional

Foto: Wikimedia Commons

Os pilotos iniciam a corrida de decolagem sobre a marca da cabeceira, buscando aproveitar toda a extensão útil da pista. Assim, em caso de falha, a aeronave dispõe de espaço para interromper com segurança.

Além disso, esse ponto alinha a decolagem com o perfil previsto para a operação.

Em alguns aeroportos, existe um prolongamento de asfalto sinalizado com setas. Nessas áreas, as aeronaves podem iniciar a aceleração antes das listras da cabeceira.

No entanto, o pouso só ocorre após o início oficial da pista, devido a obstáculos na aproximação e ao material inadequado para absorver o impacto.

Listras e largura: como interpretar

A quantidade de listras revela a largura da pista, dispensando contagens em voo, pois as cartas de aproximação já incluem essa informação. Ainda assim, a pintura funciona como orientação extra, útil para confirmar as dimensões durante a operação.

  • 4 listras — 18 metros de largura
  • 6 listras — 23 metros de largura
  • 8 listras — 30 metros de largura
  • 12 listras — 45 metros de largura
  • 16 listras — 60 metros de largura

Onde tocar a pista

As aeronaves raramente tocam o solo diretamente sobre as listras de cabeceira. Mais à frente, outras marcações indicam o ponto ideal de toque para a segurança do pouso. Por isso, a cabeceira oferece uma referência inicial, enquanto o toque planejado ocorre adiante, na área demarcada.

Portanto, as listras da cabeceira consolidam-se em um único painel o início da pista e sua largura, além de orientarem decolagens e pousos. Com o exemplo do Santos Dumont, vê-se como a codificação por listras apoia decisões rápidas e reforça a consciência situacional da tripulação.

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