Fim da malandragem: novo sistema de multas vai pegar motoristas que freiam no radar e aceleram depois

A fiscalização de trânsito no Brasil está prestes a passar por uma revolução que pode mudar, de forma definitiva, o comportamento dos motoristas.

Aquele truque comum de frear antes do radar e acelerar logo depois está com os dias contados. Isso porque um novo sistema de monitoramento, conhecido como radares de velocidade média, já começou a ser instalado em diferentes pontos do país, tanto em rodovias quanto em avenidas de grande movimento.

Como funcionam os radares de velocidade média?

Foto: Reprodução

Ao contrário dos aparelhos tradicionais, que registram a velocidade em apenas um ponto da via, os novos radares utilizam pares de sensores. O funcionamento é simples:

• Passagem pelo primeiro radar: o veículo tem sua entrada registrada, independentemente da velocidade.
• Deslocamento: o tempo gasto entre os dois pontos é contabilizado pelo sistema.
• Cálculo da média: ao cruzar o segundo radar, o software divide a distância percorrida pelo tempo gasto, obtendo a velocidade média.
• Resultado: se a média ultrapassar o limite da via, o condutor receberá multa.

Ou seja, não adianta mais reduzir a velocidade apenas nos radares. A única maneira de evitar infrações será respeitar o limite durante todo o trajeto.

Diferença em relação aos radares convencionais

Enquanto os radares tradicionais registram apenas a velocidade instantânea em um ponto específico, o modelo de velocidade média foi projetado justamente para combater o hábito arriscado de “acelerar e frear”.

Além de inibir esse comportamento, a tecnologia promete contribuir para uma condução mais uniforme, com benefícios que vão desde a redução de acidentes até a diminuição da poluição e do consumo de combustível.

Situação atual no Brasil

De acordo com o Ministério dos Transportes, os aparelhos já estão instalados em alguns trechos, mas aguardam a regulamentação federal e a homologação técnica do Inmetro para começar a aplicar multas.

Por enquanto, funcionam apenas em caráter educativo. A expectativa é que as penalidades passem a valer oficialmente ainda em 2025.

É importante destacar que vídeos e publicações nas redes sociais afirmando que os radares já multam são fake news. Até o momento, nenhum motorista foi autuado pelo novo sistema no Brasil.

Resultados internacionais já comprovam eficácia

A tecnologia não é inédita: países como Itália e Reino Unido já utilizam os radares de velocidade média há anos, com resultados expressivos. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Global Road Safety Partnership mostram que:

• Reduzir apenas 1% da velocidade média pode diminuir em até 4% os acidentes fatais.
• Uma queda de 5% na velocidade pode representar até 30% menos mortes no trânsito.

Esses números reforçam a importância da medida. Quanto maior a velocidade, maior é a energia do impacto e, consequentemente, mais graves são os acidentes.

Impactos esperados no trânsito brasileiro

A introdução dos radares de velocidade média deve trazer benefícios diretos, como:

• Condução mais estável, sem variações bruscas de aceleração.
• Redução significativa no número de acidentes.
• Menor emissão de poluentes e economia de combustível.
• Diminuição do efeito “sanfona”, que gera congestionamentos.

Respeito à velocidade salva vidas

Os radares de velocidade média marcam um novo capítulo na fiscalização brasileira. Mais do que punir motoristas, o objetivo é educar para salvar vidas e transformar a relação dos brasileiros com o volante.

Quem quiser evitar multas terá apenas uma escolha: respeitar os limites de velocidade do começo ao fim do trajeto.