Carros elétricos e híbidos na mira: veja os modelos mais visados por criminosos

Aumentam furtos de veículos elétricos e híbridos, destacando risco para modelos de alto valor.

O crescimento dos veículos elétricos e híbridos no Brasil também chamou a atenção do crime. Em São Paulo, o primeiro trimestre de 2025 registrou um aumento expressivo de ocorrências envolvendo esses modelos.

Embora ainda representem uma fração do total de furtos, o aumento acende o sinal de alerta.

Um levantamento da Folha de São Paulo, feito a partir de dados da Ituran e boletins da Polícia Civil, aponta que foram registrados 34 casos na capital de janeiro a março deste ano, mais que o dobro dos 15 furtos no mesmo período de 2023.

Especialistas destacam que o aumento concentra-se principalmente em modelos de alto valor agregado, refletindo o interesse criminoso por veículos mais caros e sofisticados. Para os donos, o cenário reforça a importância de medidas de segurança adicionais e atenção redobrada.

Como o crime se reorganiza

Os 34 episódios do 1º trimestre de 2025 já superaram os 33 contabilizados em todo o ano de 2023. Por outro lado, 2024 fechou com 89 queixas em 12 meses, o que mostra uma curva ascendente.

Ainda assim, elétricos e híbridos respondem por menos de 0,3% dos veículos vendidos na capital, incluindo carros, utilitários, caminhões e motos.

Para Fernando Correia, gerente de operações da Ituran, a escalada reflete a criação de uma cadeia paralela de componentes. Ele afirma que a escassez de peças estimula a busca por itens de reposição.

Correia relata que desmanches ainda não oferecem esses conjuntos, mas anúncios virtuais ganharam espaço. Ademais, há uma espera recorrente por importação.

Roubo versus furto

O recorte por tipo mostra 55,28% de roubos e 44,72% de furtos no trimestre. De acordo com Correia, a maior participação do roubo se alinha ao padrão de veículos de luxo, pois o acesso e a ignição exigem chaves codificadas.

Assim, quadrilhas direcionam abordagens diretas para contornar as barreiras eletrônicas.

Alvos preferenciais no 1º trimestre de 2025

Os registros concentram-se em poucos modelos na cidade de São Paulo. O Toyota Corolla Cross HEV lidera com folga e responde por 73,5% das queixas. Em seguida, o BYD Dolphin EV aparece com um volume relevante.

O topo também destaca motos usadas por entregadores, como Voltz EV01 e Mottu-E.

  • Toyota Corolla Cross HEV — 25 ocorrências (73,5%)
  • BYD Dolphin EV — 8 ocorrências
  • Voltz EV01 — 6 ocorrências
  • Mottu-E — 5 ocorrências

O avanço das investidas contra elétricos e híbridos, embora minoritário no conjunto dos crimes, evidencia um novo vetor de risco. Portanto, o setor automotivo e os gestores de frota precisam acompanhar a oferta de peças e reforçar medidas de dissuasão, especialmente em áreas sensíveis.

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