O que acontece se você NUNCA trocar o óleo do câmbio automático?

Entenda a importância da substituição do óleo em câmbios automáticos e os argumentos dos especialistas sobre a prática.

Quando o assunto é câmbio automático, uma das dúvidas mais comuns entre os motoristas é sobre a necessidade de trocar o óleo da transmissão.

Afinal, o fluido é mesmo “vitalício”, como dizem algumas montadoras, ou deve ser substituído periodicamente para evitar danos e gastos futuros?

A resposta, segundo especialistas, é mais complexa do que parece, e pode fazer toda a diferença na durabilidade do câmbio automático do seu carro.

O papel essencial do óleo de câmbio automático

O óleo de câmbio automático, também conhecido como fluido de transmissão automática (ATF), tem funções vitais dentro do sistema.

Ele é responsável por lubrificar as engrenagens, reduzir o atrito, controlar a temperatura interna e garantir trocas de marchas suaves e precisas.

Com o tempo, porém, esse fluido sofre degradação natural, perdendo suas propriedades de viscosidade e resistência térmica.

Isso acontece por conta do atrito constante entre as peças, do superaquecimento e até mesmo da contaminação por partículas metálicas e resíduos internos, fatores que podem comprometer seriamente o desempenho da transmissão.

‘Fluido vitalício’ não significa eterno

Apesar de diversos manuais de montadoras indicarem que o fluido do câmbio automático é de longa duração ou até “vitalício”, especialistas alertam que essa definição geralmente se limita ao período de garantia do veículo.

Segundo o diretor técnico da APTTA (Associação de Profissionais Técnicos em Transmissão Automática), Carlos Napoletano Neto, não existe lubrificante que dure para sempre:

“Nenhuma máquina que utiliza óleo pode operar a vida toda sem troca. Após o período de garantia, o proprietário é responsável pela manutenção — e o câmbio é um dos sistemas mais sensíveis nesse aspecto”, explica.

Em condições normais de uso, o ideal é realizar a substituição entre 60 mil e 100 mil quilômetros, conforme recomendam oficinas especializadas.

Já em condições severas, como trânsito intenso, reboque frequente, calor extremo ou condução em terrenos irregulares, a troca pode ser necessária ainda antes desse intervalo.

Por que a troca do óleo de câmbio é tão importante?

Foto: iStock

Segundo o técnico em automobilística Anderson Cesar Lira, a experiência prática mostra que a troca preventiva do fluido é uma das formas mais eficazes de preservar a integridade da transmissão automática.

“O fluido cumpre várias funções ao mesmo tempo — lubrificação, vedação, transferência de calor e torque. Quando envelhece, ele perde essas capacidades, e isso pode causar falhas graves no câmbio”, destaca.

Ou seja, manter o óleo da transmissão em boas condições é sinônimo de economia a longo prazo. O custo de uma simples troca é muito menor do que o de um reparo ou substituição completa da caixa de câmbio, que pode ultrapassar facilmente os R$ 10 mil em alguns modelos.

Sinais de que o óleo do câmbio precisa ser substituído

Alguns sintomas podem indicar que o óleo de câmbio automático já perdeu sua eficiência:

  • Trocas de marcha lentas ou bruscas;
  • Vibrações ou trancos durante a condução;
  • Ruído metálico vindo da transmissão;
  • Cheiro de queimado no fluido;
  • Vazamentos ou coloração escura no óleo.

Ao perceber qualquer um desses sinais, o ideal é procurar uma oficina especializada em câmbio automático para diagnóstico e troca segura do fluido.

Prevenção é o melhor caminho

Em resumo, o óleo de câmbio automático não é vitalício, apesar do que algumas montadoras sugerem. Ele deve ser trocado periodicamente para garantir o bom funcionamento da transmissão, evitar falhas e prolongar a vida útil do veículo.

Adotar uma manutenção preventiva é a melhor forma de economizar, preservar o desempenho do carro e garantir uma condução mais suave e segura por muitos quilômetros.

*Com informações CNN

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