Sonegação de impostos? Operação revela esquema irregular em quase 90 postos de combustíveis
Estado brasileiro investiga 89 postos de combustíveis por sonegação e uso irregular de maquininhas de cartão.
Postos de combustíveis em Minas Gerais estão na mira da fiscalização: a Receita Estadual descobriu indícios de sonegação em 89 estabelecimentos. A operação, chamada (PÓS)tumos, identificou maquininhas de cartão usadas fora do registro oficial das empresas, gerando suspeitas de receitas omitidas.
A operação é nomeada em referência às Points of Sales (POS), ou “ponto de venda em tradução”, como são chamadas as máquinas de cartão. Auditores se concentraram em pagamentos processados que não apareciam nos registros fiscais.
Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda, essa prática prejudica a arrecadação e favorece a evasão de impostos no estado.
A investigação continua, com o objetivo de esclarecer os esquemas e garantir que os impostos devidos sejam recolhidos corretamente, reforçando a fiscalização e a transparência em Minas Gerais.
Detalhes da fiscalização nos postos
A operação ocorreu simultaneamente em todo o estado e mobilizou equipes de 14 delegacias fiscais. As frentes contaram com delegacias de Divinópolis, Uberlândia, Belo Horizonte, Manhuaçu, Muriaé, Poços de Caldas e Passos.
Também atuaram equipes de Varginha, Teófilo Otoni, Extrema, Juiz de Fora, Contagem, Uberaba e Patos de Minas, o que garantiu cobertura simultânea e permitiu confrontar informações em diferentes regiões.
Os fiscais concentraram as diligências em postos de combustível que apresentavam padrões atípicos de recebimento por cartão, o que costuma sinalizar divergências entre vendas realizadas e notas emitidas.
Evidências coletadas até agora
A investigação preliminar identificou indícios de irregularidades em todos os 89 postos fiscalizados. Em paralelo, cruzamentos apontaram que, entre abril e junho de 2025, houve emissão de notas fiscais, mas não se registrou movimentação de cartões nos mesmos estabelecimentos durante esse período.
Orientações ao consumidor e benefícios no programa estadual
A Secretaria de Estado de Fazenda recomenda que o cliente peça a nota fiscal a cada abastecimento e informe o CPF. Desse modo, além de criar provas em caso de fraude, ele acumula pontos no aplicativo Nota Fiscal Mineira, que oferece prêmios de até R$ 50 mil.
O secretário da Fazenda, Luiz Claudio Gomes, orienta que o consumidor exija a nota e confira se o CNPJ no comprovante do cartão coincide com o CNPJ do posto revendedor. Por fim, caso haja divergência ou indício de fraude, ele deve denunciar à fiscalização.
Os próximos passos incluem aprofundar análises e, se necessário, instaurar autos de infração contra as empresas com base nas evidências reunidas. Enquanto isso, a participação do público, ao solicitar documentos e checar o CNPJ, fortalece o combate à sonegação em Minas Gerais e no Brasil.