‘Boom dos elétricos’: frota eletrificada do Brasil deve crescer como nunca até 2040

O cenário da mobilidade brasileira começa a se redesenhar com força. Um estudo recente da Strategy&, braço de consultoria da PwC Brasil, projeta um avanço acelerado dos veículos eletrificados nas próximas duas décadas, apontando para uma verdadeira virada no perfil da frota nacional até 2040.

A análise sugere que o Brasil está prestes a entrar em uma fase de expansão contínua e irreversível na eletrificação automotiva.

De janeiro a setembro deste ano, 147.602 veículos eletrificados foram emplacados no país, crescimento de 20,4% em comparação a 2024. Em setembro, esses modelos representaram 9,3% das vendas de carros novos, consolidando a tendência de alta que já vem sendo observada desde o início da década.

Segundo a Strategy&, essa participação tende a subir de forma constante até 2040, acompanhando a queda nos custos de produção, a ampliação da rede de recarga e os incentivos regulatórios. Com isso, a consultoria prevê uma “explosão” de adesão aos eletrificados e uma transformação profunda na indústria automotiva.

Projeções e impacto no consumo de combustíveis

Segundo a projeção, a adoção acelera a partir de 2027 e alcança mais de 35 milhões de veículos eletrificados circulando em 2040. Assim, o ritmo médio anual entre 2022 e 2029 chega a 106%.

Desse modo, o movimento de eletrificação se intensificará ao longo da próxima década.

Os efeitos sobre combustíveis fósseis aparecem com força. Até 2030, o país deve consumir 8 bilhões de litros a menos de gasolina e 6 bilhões a menos de diesel. Já no fim da próxima década, as reduções somam 37 bilhões e 41 bilhões, equivalentes a 59% e 66% das demandas atuais.

Transporte pesado e descarbonização

O estudo também projeta a massificação em veículos comerciais. As vendas de caminhões e ônibus “verdes” podem crescer até 100%. Além disso, modelos pesados elétricos ou a hidrogênio entram na rota de descarbonização.

Dentro de sete anos, 26% das frotas de ônibus e caminhões leves estarão eletrificadas, chegando a 65% em 2040.

Para caminhões pesados, a participação alcançará 37% ao final da próxima década no Brasil. Por fim, as projeções mantêm coerência com a trajetória de eletrificação indicada para o conjunto da frota.

Indústria e produção

Apesar das perspectivas, a expansão depende da cadeia produtiva local. A expectativa de nacionalização da produção tende a impulsionar a adoção de veículos eletrificados no Brasil. Nesse contexto, marcas como a BYD ganham espaço com iniciativas industriais, apoiando a oferta e a competitividade dos modelos.

Os resultados recentes, somados à aceleração prevista a partir de 2027, indicam um ponto de inflexão para a mobilidade elétrica no Brasil. Assim, o país se aproxima de 2040 com mais de 35 milhões de veículos eletrificados e menor uso de gasolina e diesel.