Crise de semicondutores! Briga internacional por chips pode parar a produção de carros no Brasil
A crise global de semicondutores ameaça paralisar a indústria automobilística brasileira, com impactos previstos nas próximas semanas.
A indústria automobilística brasileira enfrenta um risco real de paralisação nas próximas semanas devido a uma crise global de chips semicondutores.
A disputa envolvendo China, Estados Unidos e Holanda afeta diretamente o fornecimento de componentes essenciais, e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alerta para a possibilidade de interrupções na produção de automóveis no Brasil.
Especialistas apontam que, caso não haja uma solução rápida, fábricas podem parar em até duas ou três semanas, afetando a montagem de carros modernos, que dependem de milhares de chips para funcionar plenamente.
A disputa internacional que respinga no Brasil
O epicentro da crise é a Nexperia, fabricante chinesa de chips semicondutores com unidades na Holanda e na China. Em meio à guerra comercial entre EUA e China, o governo americano impôs restrições a empresas chinesas consideradas estratégicas.
Em resposta, a Nexperia holandesa foi nacionalizada pelo governo local, enquanto a China proibiu a exportação de chips de sua filial.
O resultado é um gargalo de fornecimento global, com a Nexperia holandesa incapaz de receber matérias-primas da China. Embora os chips não sejam tecnologicamente complexos, eles são produzidos em grande escala e essenciais para veículos modernos.
Cada carro utiliza entre 1.000 e 3.000 semicondutores, que controlam motor, transmissão, ABS, airbags, central multimídia, câmera de ré e outros sistemas críticos.
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Produção de chips ainda é dominada por poucas empresas no mundo (Foto: Divulgação/Chevrolet)
Impactos para a indústria automobilística brasileira
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, alertou que diversas montadoras já receberam notificações sobre possíveis interrupções no fornecimento.
O setor é altamente dependente de importações de chips, tornando a produção brasileira extremamente vulnerável a crises internacionais.
A cadeia global de semicondutores depende fortemente de países asiáticos, como China, Taiwan e Coreia do Sul, que concentram o refino de minerais críticos e a produção de componentes estratégicos.
Sem intervenção diplomática ou soluções rápidas, fábricas brasileiras podem ser forçadas a reduzir ou até suspender atividades.
Medidas emergenciais e precedentes da pandemia
Para mitigar riscos, a Anfavea solicitou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que atue junto à China para garantir o fluxo de semicondutores.
Há sinais positivos: segundo a Reuters, parte da produção da Nexperia já foi retomada, o que pode evitar paralisações significativas.
A indústria automobilística já enfrentou situação similar durante a pandemia de covid-19, quando a redução de pedidos e o redirecionamento da produção de chips para eletrônicos domésticos provocaram atrasos e quedas de produção.
Estima-se que 7,7 milhões de carros deixaram de ser produzidos em 2021 devido à escassez de semicondutores, reforçando a vulnerabilidade do setor a crises globais.
Carros podem deixar de sair da linha de montagem
A crise de chips semicondutores destaca a dependência da indústria automobilística brasileira de fornecedores internacionais e a necessidade de soluções rápidas para evitar prejuízos.
Portanto, a situação exige atenção de governos e empresas, pois a continuidade da produção de veículos modernos depende diretamente da disponibilidade desses componentes estratégicos.