Tesla que se cuide: Xpeng acelera robotáxis e robôs humanoides com chips próprios

Xpeng apresenta robotáxis e robôs humanoides, buscando liderar na mobilidade autônoma.

A fronteira entre carros e robôs acaba de ficar mais tênue, e a Xpeng quer estar no comando. Durante o evento AI Day, na China, a montadora apresentou sua nova geração de robotáxis e robôs humanoides equipados com chips de IA próprios, elevando a disputa direta com a Tesla.

A empresa aposta em um ecossistema que vai muito além dos veículos elétricos, integrando mobilidade autônoma e robótica inteligente em um mesmo horizonte tecnológico. Essa visão reforça a ambição da Xpeng de transformar transporte e automação em experiências conectadas e autossustentáveis.

O primeiro passo prático já tem data: a marca iniciará testes de robotáxis em Guangzhou e em outras cidades chinesas no próximo ano. Se bem-sucedida, a estratégia pode reposicionar a empresa como uma das líderes da nova era da inteligência veicular global.

Chips Turing e modelo VLA: arquitetura e metas

A fabricante detalhou três modelos de robotáxis que operam com quatro chips Turing, totalizando 3.000 TOPS de processamento. Segundo a marca, esse patamar representa o maior poder computacional já embarcado em um veículo.

Além disso, os chips alimentam o modelo de IA VLA (vision-language-action) de segunda geração, com capacidade de tomar decisões em tempo real.

O copresidente Brian Gu afirmou que a evolução da tecnologia superou projeções internas e aproximou a Xpeng de um “ponto de inflexão” para robotáxis. Assim, a empresa ajustou prazos e priorizou a integração de sistema, dados e hardware para acelerar a validação.

Robotáxis: planos de teste e integração

No próximo ano, a Xpeng inicia testes operacionais em Guangzhou e em outras cidades chinesas, após reavaliar a viabilidade do negócio.

Ao mesmo tempo, a parceria com a Alibaba via AutoNavi integrará os veículos ao aplicativo de transporte Amap. Com isso, a companhia prepara a oferta em plataformas de grande escala.

A empresa estabeleceu duas frentes para os robotáxis, alinhando operação comercial e adoção pessoal com arcabouço de compartilhamento. A ideia é ter carros autônomos para uso comercial e compartilhado, e veículos totalmente autônomos para uso pessoal, com compartilhamento limitado entre familiares.

Entretanto, ela condiciona a escalabilidade a ganhos contínuos em custo, segurança e experiência do usuário.

Robô humanoide Iron: capacidades e usos

Além do universo automotivo, a segunda geração do robô humanoide Iron chega com três chips Turing e bateria de estado sólido, mirando produção em massa já no próximo ano. No entanto, o uso doméstico ainda permanece distante.

A Xpeng oferecerá personalização estética, incluindo formato corporal e estilo de cabelo.

O CEO He Xiaopeng indicou que o Iron atuará inicialmente em funções corporativas e de atendimento. Entre elas, a empresa cita guias turísticos, assistentes de vendas e recepcionistas em prédios comerciais controlados pela própria companhia. Assim, a adoção começará por ambientes operacionais.

Competição direta

A Xpeng reconhece convergência com a estratégia da Tesla, que também aposta em robotáxis e robôs humanoides. Porém, executivos destacam iniciativas desenvolvidas antes da rival americana, como projetos de carros voadores.

Entretanto, a Tesla se sobressai na divulgação de planos comerciais, algo que a Xpeng busca replicar com seus anúncios recentes.

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