Com avalanche e guerra de preços, 2026 pode ser o melhor ano para comprar um carro elétrico

Devoluções recordes de leasing e fim de incentivos federais projetam pressão nos preços.

O mercado automotivo caminha para um 2026 turbulento, e a faísca já está acesa: analistas preveem uma tsunami de carros elétricos chegando ao país, grande o suficiente para detonar uma guerra de preços sem precedentes.

A produção acelera, os incentivos fiscais chegam ao fim e, de repente, todo o setor percebe que talvez haja mais carros do que compradores prontos para levá-los para casa.

Ao mesmo tempo, um relógio silencioso faz a contagem regressiva. Milhares de contratos de leasing vencem no próximo ano, indicando uma devolução maciça de veículos que deve lotar pátios e sufocar as margens.

Diante desse cenário, as concessionárias não terão escolha: ou cortam preços agressivamente ou assistem ao estoque virar peso morto.

Para o consumidor, porém, esse terremoto vira oportunidade. O segmento de seminovos deve despencar em valor e, pela primeira vez, alguns elétricos usados podem custar menos do que modelos populares a gasolina.

Se as projeções se confirmarem, 2026 pode ser o ano em que o carro elétrico deixa de ser promessa e vira disputa de quem consegue vender mais rápido antes que o preço caia de novo.

Oferta, demanda e devoluções de leasing

Os últimos anos impulsionaram a eletrificação com infraestrutura melhor e tecnologia avançada. No entanto, a fatia de novos elétricos caiu para 6%, após ter atingido 12,9% em setembro, quando incentivos estimularam as vendas. Assim, o ritmo arrefeceu e pressionou estratégias comerciais.

Por outro lado, em 2026, vencerão pelo menos 243.000 contratos de elétricos, podendo chegar a 330.000. A JD Power estima mais de três vezes esse número para 2025.

Contratos de 2022–2023 projetaram a manutenção de 50% do valor do veículo, mas hoje os elétricos retêm cerca de 40%. Por conseguinte, a depreciação desacelera no terceiro ano, e as lojas precificam agressivamente para reduzir o estoque.

Intenção declarada versus compra efetiva

Pesquisas mostram entusiasmo. Segundo a JD Power, 94% dos proprietários afirmam que “definitivamente” ou “provavelmente” considerarão outro elétrico, e 24,2% dos que buscam um carro novo dizem ser “muito provável”.

Contudo, em 2025, apenas 62% dos que devolveram EVs voltaram a adquirir elétricos.

Ajuste de rotas e guerra de preços

Com incentivos menores e pátios cheios, redes cortam preços para acelerar o giro. Atualmente, a venda de um usado leva 40 dias, o maior tempo desde 2016.

As montadoras priorizam sistemas híbridos, com o catálogo de 2026 incluindo nomes como Mustang Mach‑E GT California Special 2026.

Com a oferta superando a demanda, cresce o risco de uma guerra de preços e de margens comprimidas para as montadoras. Paralelamente, o mercado de crédito, já fragilizado, tende a ficar mais atrativo. Portanto, para quem mira um elétrico, 2026 pode ser um ótimo ponto de entrada mesmo sem incentivos.

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