Indústria alemã inova e Volkswagen vira produtora de tanques
Conversão de fábricas da Volkswagen para produção militar destaca mudança na economia alemã, com foco em defesa.
A indústria alemã está passando por uma transformação significativa. A invasão da Ucrânia pela Rússia gerou um novo impulso para o rearmamento na Europa. Com isso, a tradicional produção automotiva alemã está se adaptando às novas realidades geopolíticas e econômicas.
Na Alemanha, a fábrica da Volkswagen em Osnabrück, conhecida por sua produção automotiva, está prestes a ser convertida pela Rheinmetall para a produção de tanques. Esse movimento reflete a crescente demanda por segurança e defesa no continente.
Essa transição marca uma mudança estrutural na economia alemã, com a indústria de defesa emergindo como um motor crucial de crescimento. A Rheinmetall, maior fornecedora de defesa da Alemanha, tornou-se um símbolo dessa transformação.
Reestruturação industrial na Alemanha
A Rheinmetall ultrapassou a Volkswagen em valor de mercado, demonstrando a crescente importância do setor de defesa. Desde a eleição de Donald Trump, a expectativa de aumento nos gastos militares europeus impulsionou essa mudança.
A visão de Trump de distanciar os EUA da segurança ocidental incentivou o rearmamento da OTAN, gerando um boom na indústria de defesa europeia.

Foto: Flickr/270862
Fábricas convertidas para produção militar
A fábrica de Osnabrück da Volkswagen, que está em negociação com a Rheinmetall, é um exemplo dessa transformação.
A Rheinmetall também planeja converter fábricas em Berlim e Neuss, que atualmente produzem autopeças, para a divisão de Armas e Munições, preservando parte da capacidade automotiva.
A Alemanha, outrora pilar da indústria automobilística global, enfrenta desafios como o aumento de custos devido à guerra na Ucrânia, à concorrência chinesa e à adoção lenta de veículos elétricos. Isso enfraqueceu significativamente o setor.
Em 2023, a Volkswagen, líder no ranking Fortune 500 da Europa, viu seu valor de mercado cair drasticamente. A empresa enfrenta desafios com sindicatos e cortes de produção para mitigar perdas.
Enquanto isso, fabricantes de defesa, como a Rheinmetall, experimentam crescimento exponencial em pedidos e valor de mercado.
Investimento em defesa na Europa
Em resposta às pressões geopolíticas, a União Europeia planeja um rearmamento de 800 milhões de euros. A Alemanha, por sua vez, destinou US$ 500 milhões para modernizar sua infraestrutura, flexibilizando políticas fiscais a fim de excluir gastos com defesa.
Assim, o país pode investir até US$ 1,3 bilhão em medidas econômicas, muitas das quais relacionadas à indústria militar. Essa mudança beneficia empresas como Rheinmetall, Thales e BAE Systems, aumentando significativamente suas avaliações. A demanda por equipamentos militares reforça a tendência alemã para uma economia de guerra.
Portanto, a indústria de defesa torna-se um motor de crescimento da economia alemã, enquanto a Volkswagen e outras marcas automotivas buscam superar desafios em um mercado em transformação.