Renovação automática da CNH pode virar realidade para quem dirige bem
Quem dirige bem pode ganhar renovação automática da CNH, segundo nova proposta do governo.
A proposta de permitir a renovação automática da CNH para motoristas que mantêm um histórico exemplar no trânsito pode se tornar uma das maiores mudanças recentes no sistema de habilitação brasileiro.
Em meio a um pacote de modernizações, o governo federal avalia flexibilizações que prometem reduzir burocracias, cortar custos e aproximar o processo de condução da realidade atual dos veículos e dos condutores.
A iniciativa, ainda em fase técnica, pode transformar profundamente a experiência de milhões de brasileiros que dependem da habilitação para trabalhar, estudar e manter sua rotina de mobilidade.
O que muda: incentivo ao ‘bom condutor’
A ideia central do projeto é criar um modelo de renovação simplificada da CNH para motoristas que não registram multas, infrações ou pontos ao longo da validade do documento.
Esses condutores, considerados de baixo risco, poderiam renovar a carteira sem a necessidade de comparecer presencialmente a exames ou cumprir etapas burocráticas que consomem tempo e dinheiro.
Segundo declarações do ministro dos Transportes, Renan Filho, o objetivo é premiar o bom comportamento no trânsito, reforçando a educação viária e valorizando quem contribui para a segurança nas ruas.
A mudança também reduz custos tanto para o cidadão quanto para o Estado, tornando o processo mais eficiente e alinhado às novas tecnologias de análise e monitoramento.
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Exames práticos com carros automáticos entram no radar
Outra frente de modernização envolve a atualização da prova prática de direção. O governo reconhece que o mercado automobilístico brasileiro mudou e que cada vez mais motoristas utilizam carros automáticos no dia a dia.
Por isso, está em estudo a autorização para que candidatos realizem o exame prático utilizando veículos desse tipo, algo que ainda encontra limitações na legislação atual.
A transição, segundo Renan Filho, exigirá adaptação por parte das autoescolas e também dos instrutores independentes, recentemente regulamentados pelo Contran.
Ainda assim, a medida é vista como um passo natural para atualizar o processo de formação de condutores às novas tendências do setor automotivo.
Psicotécnico em debate: exame pode deixar de ser obrigatório
Um dos pontos mais sensíveis do pacote é a revisão da obrigatoriedade do exame psicotécnico. Dados apresentados pelo ministro indicam que a taxa de reprovação é de apenas 0,01%, o que levanta questionamentos sobre a real eficácia e necessidade do procedimento. Para o governo, o custo imposto ao cidadão não se justifica diante do impacto mínimo na segurança viária.
Com isso, a pasta avalia se o psicotécnico deve continuar obrigatório para todos os candidatos ou se pode ser direcionado apenas a casos específicos, reduzindo etapas consideradas pouco eficazes.
Uma possível revisão profunda no Código de Trânsito Brasileiro
Embora as propostas ainda passem por análise técnica e jurídica, já é possível perceber que o Ministério dos Transportes sinaliza uma revisão ampla do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
O foco principal é desburocratizar o acesso à habilitação, especialmente para a população de baixa renda, e modernizar etapas que não acompanham mais a realidade atual do trânsito.
Se aprovadas, as mudanças podem inaugurar uma nova era no processo de habilitação no Brasil, mais simples, mais justo e mais conectado às transformações tecnológicas e sociais do país.
