Corridas muito mais caras: Prefeitura investiga Uber e 99 por possível preço abusivo
Procon-SP notifica Uber e 99 por aumentos abusivos nas tarifas durante chuvas e falhas no transporte público.
Sob pressão de usuários e do clima, as tarifas de aplicativos de transporte entraram no radar da Prefeitura de São Paulo. O Procon-SP notificou as empresas Uber e 99 após uma enxurrada de reclamações sobre preços inflados em dias recentes.
A situação ficou particularmente tensa com as chuvas intensas e falhas no transporte público, que aumentaram a procura pelo serviço e acenderam o alerta.
Relatos apontam cobranças muito acima do padrão, sem aviso claro ao consumidor. Para o órgão municipal, os reajustes precisam ter justificativa técnica e econômica objetiva. Caso contrário, a prática pode ser enquadrada como abusiva, à luz do Código de Defesa do Consumidor.
A fiscalização agora cobra explicações formais e critérios de transparência. O objetivo é conter excessos, garantir previsibilidade nas corridas e proteger quem depende do serviço na capital paulista, especialmente em situações de emergência urbana.
Notificação e exigências do Procon
Na notificação, o Procon Paulistano deu prazo de dez dias corridos para que as plataformas apresentem explicações completas. Além disso, solicitou evidências de como evitam picos de preço em alta demanda e de que maneira informam as regras de cobrança.
Para completar, o órgão requereu os mecanismos das empresas vinculados à modicidade tarifária.
O que o Procon quer
- Justificativa técnica e econômica para as variações de preços.
- Medidas de prevenção contra aumentos abusivos em momentos de alta demanda.
- Forma de comunicação da política de preços ao consumidor.
- Conhecer os mecanismos internos que asseguram modicidade tarifária.
Para o Procon municipal, há indícios de afronta a princípios como transparência, modicidade tarifária e adequada prestação de serviços. Desse modo, a apuração busca verificar se as práticas observadas respeitam os limites do Código de Defesa do Consumidor e regras locais.
Informações claras sobre cálculo de tarifa ajudam a prevenir abusos e litígios. Assim, a administração pública pressiona por dados auditáveis e políticas explícitas.
Ademais, a sinalização de preço compõe a expectativa legítima de quem usa o serviço em condições adversas.
Efeitos na mobilidade e resposta das empresas
O cenário das queixas envolve temporais, quedas de energia em diversos bairros e perturbações na operação de ônibus e trens em São Paulo. Consequentemente, a procura por corridas cresce rapidamente.
As críticas se concentram em reajustes expressivos justamente nesses períodos de maior vulnerabilidade.
Aplicativos costumam variar tarifas conforme a oferta e a demanda, o que pode aliviar a escassez momentânea. Contudo, sem critérios públicos e justificativas objetivas, o mecanismo perde legitimidade. Além disso, a previsibilidade de preços torna-se essencial para a tomada de decisão do usuário.
A CNN Brasil informou que contatou a Uber e a 99 e aguarda retorno. Enquanto isso, as companhias preparam manifestações dentro do prazo de dez dias corridos. Qualquer ajuste interno que reforce a transparência tende a pesar na avaliação do caso.