CNH por R$ 700: veja quando começa a nova regra que elimina autoescola obrigatória
Proposta do governo visa reduzir custos da CNH e incluir milhões de motoristas sem licença no Brasil.
A possibilidade de obter a CNH por R$ 700 está muito próxima de se tornar realidade e promete transformar profundamente o acesso ao trânsito brasileiro.
O governo federal deve oficializar ainda este mês um conjunto de mudanças que rompe com a obrigatoriedade das autoescolas, permitindo que futuros condutores escolham novos formatos de aprendizagem, mais flexíveis, modernos e acessíveis.
Se confirmada, a medida marca um dos maiores avanços na democratização da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em décadas, reduzindo custos que hoje ultrapassam a casa dos R$ 4 mil em alguns estados.
A mudança, que deve entrar em vigor em 2025, atende a uma demanda antiga da população: tornar o processo de habilitação menos burocrático, menos caro e mais compatível com a realidade econômica do país.
CNH por R$ 700: quanto vai custar com o fim da autoescola obrigatória?

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Hoje, tirar a CNH no Brasil é um privilégio para poucos. Os valores variam de R$ 1.950, nos estados mais baratos, a R$ 4.951 em regiões mais caras, um cenário que exclui milhões de brasileiros do acesso à mobilidade legal.
A proposta do governo, que deve ser formalmente assinada no dia 3 de dezembro, promete reduzir o custo total para aproximadamente R$ 700, graças à flexibilização do processo de formação.
Segundo o Ministro dos Transportes, Renan Filho, o modelo atual é caro, demorado e excludente, o que empurra uma parcela significativa da população para a irregularidade.
Os números confirmam o problema:
- 20 milhões de brasileiros dirigem sem carteira;
- 45% dos motociclistas pilotam sem habilitação;
- 39% dos condutores de automóveis circulam de forma irregular.
Uma realidade que, na avaliação do governo, reforça a urgência de um sistema mais acessível e inclusivo.
O que muda na prática: como funcionará a formação de condutores
A nova política altera estruturalmente o modelo atual ao abolir a obrigatoriedade de aulas presenciais em Centros de Formação de Condutores (CFCs). O candidato continuará passando por exame teórico e prova prática, mas terá liberdade para escolher como aprender.
1. Teoria livre: estudo onde e como quiser
As tradicionais 45 horas de aulas teóricas deixam de ser uma exigência formal. O aluno poderá:
- Estudar por conta própria (autodidata);
- Utilizar materiais digitais gratuitos disponibilizados pela Senatran;
- Fazer cursos EAD por empresas credenciadas;
- Ou optar pela autoescola, caso prefira.
2. Aulas práticas com instrutores independentes
A obrigatoriedade das 20 horas práticas também será flexibilizada. O candidato poderá contratar instrutores independentes, cadastrados diretamente nos Detrans, o que reduz custos ao eliminar a dependência da estrutura física das autoescolas, o principal motivo da queda drástica no preço final da habilitação.
Reação das autoescolas: setor vê risco de falências e queda na qualidade
A proposta gerou forte resistência entre os CFCs. Representantes do setor afirmam que não foram consultados e alertam para dois riscos principais:
- Possível inviabilidade do modelo de negócios, com demissões e fechamento de empresas;
- Temor de queda na qualidade da formação de motoristas, o que poderia impactar a segurança no trânsito.
Apesar da pressão, o governo reforça que a prioridade é incluir os 20 milhões de motoristas clandestinos que já circulam sem habilitação, e que, portanto, não recebem qualquer tipo de formação oficial.