Por que a Petrobras não reduz o preço dos combustíveis?
Saiba os motivos da Companhia optar por não alterar o valor dos combustíveis neste momento; Entenda o panorama econômico mundial.
É fato. Não está nos planos da Petrobras a redução do preço dos combustíveis. Pelo menos não por enquanto. Pelo menos é o que repercute o jornal O Globo, por meio de fontes que acompanharam o encontro entre o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Jean Paul Prates, presidente da estatal.
Na ocasião, o ministro cobrou da Petrobras um novo corte no preço da gasolina e do diesel. A fala não teve boa aceitação por parte de Prates e dos diretores da companhia, presentes na região.
Política externa
Isso porque, a Petrobras defende que os preços atuais dos combustíveis estão adequados no sentido de acomodar as necessidades atuais de importação do Brasil em um cenário de incertezas devido à guerra entre Israel e Hamas e da próxima reunião da Opep, que reúne os maiores produtores de petróleo do planeta.
Desta forma, Prates defende o discurso de que é necessário aguardar os próximos desdobramentos do mercado mundial com o intuito de evitar flutuações nos preços internos.
Toda essa discussão ocorre dentro de um cenário em que a Petrobras não atualiza os preços dos combustíveis há 30 dias. Da última vez, o valor do litro do diesel caiu de R$ 3,80 para R$ 4,05, enquanto a gasolina foi de R$ 2,93 para R$ 2,81.
Rota de colisão
O desalinhamento de discurso entre o ministro e o presidente da Petrobras é mais um capítulo na crise instaurada entre as partes. A situação tensa ocorre em torno do fato dos ministros Silveira e Rui Costa afirmarem que há uma demora da companhia em reajustar o preço dos combustíveis. O argumento é que no último mês, houve uma queda de U$ 12 no valor do barril de petróleo.
Cortes
Apesar do posicionamento de espera da Petrobras, há duas semanas a empresa considerou a realização de um corte nos preços, que acabou por não ocorrer. A insatisfação de uma ala do governo é tanta que se especula uma possível articulação conduzida por Rui Costa. O objetivo seria substituir Prates no comando da Petrobras. O fato, contudo, foi negado pelo ministro da Casa Civil.
Petróleo
A quinta-feira, 23, foi marcada por nova queda nos contratos futuros do Brent e do WTI, em um cenário de preocupações com a economia chinesa, assim como uma elevação nos estoques dos Estados Unidos.
Dados do governo norte-americano apontam uma elevação de 8.7 milhões de barris só na última semana, surpreendendo os analistas. Na prática, o número sinaliza um menor consumo de combustíveis na principal economia do mundo. Assim, já é possível sentir alguns dos efeitos cumulativos do aperto monetário que se iniciou há 18 meses.
Outro fator que influencia o mercado do petróleo e a oferta robusta do combustível fóssil por países que não fazem parte da Opep. Isso faz com que se aumente o medo de que o cartel realize um novo corte de produção a partir do próximo encontro, no dia 30 de novembro. Por fim, os preços atuais já estão 18% abaixo do pico ocorrido em setembro.