Hora de comprar: carros elétricos ficarão mais caros em 2024

Faltam apenas alguns dias para o fim de mais um ano, mas essa mudança não será apenas no calendário. A chegada de 2024 pode trazer um grande impacto no bolso dos motoristas que desejam comprar um carro elétrico, mas decidiram esperar um pouco mais.

O governo federal anunciou a retomada da cobrança do imposto de importação sobre veículos eletrificados a partir do dia 1º de janeiro, decisão que abrange híbridos e 100% elétricos. A mudança ocorrerá de forma gradativa ao longo dos próximos três anos até que a alíquota chegue a 35%,o que deve acontecer em julho de 2026.

A mudança foi aprovada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) e apresentada como uma medida protecionista da indústria nacional. Grandes montadoras com foco em modelos a combustão são a favor da volta do imposto.

Volta do imposto

A alíquota do imposto será fixada em 12% em janeiro de 2024 para os carros híbridos e híbridos plug-in, mas vai atingir 35% em julho de 2026. Para veículos totalmente elétricos, ela começa em 10% no próximo ano e sobe progressivamente até alcançar os mesmos 35% em 2026.

Parte dos especialistas acredita que o problema não é a volta do tributo, e sim a maneira como ela está ocorrendo. Um dos grandes questionamentos é o prazo de apenas três anos para chegar ao topo da alíquota.

“Se a intenção é tributar sem fechar as portas para o mercado internacional, o período é muito curto. Nesse tempo, é quase impossível uma marca começar do zero, homologar, começar a vender veículo, montar uma rede e ainda iniciar uma produção. Na prática, vai ficar muito mais difícil”, disse o consultor automotivo Ricardo Bacellar.

Até 2026, as montadoras terão cotas para continuar importando carros elétricos sem imposto. Essas cotas terão queda gradativa, começando em US$ 130 milhões para híbridos leves, US$ 226 milhões em híbridos plug-in, US$ 283 milhões em elétricos puros e US$ 20 milhões em caminhões elétricos até julho de 2024.

Aumento nos preços

O resultado da tributação será o aumento nos preços de carros elétricos e híbridos importados para os consumidores a partir do próximo ano.

“O governo decidiu fechar o mercado às tecnologias de baixa emissão antes de as empresas saberem qual será a regra do jogo do futuro regime automotivo. Vai encarecer o preço dos veículos elétricos e híbridos no Brasil e afetará as decisões de investimento das empresas que apostavam em regras estáveis para produzir veículos elétricos em território nacional”, afirmou o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.

Vale mencionar que BYD e GWM são algumas das montadoras que demonstraram interesse em começar a produzir no Brasil, mas o processo ainda deve levar algum tempo. Por enquanto, a produção nacional de carros a bateria segue limitada a modelos como Toyota Corolla, Toyota Corolla Cross, Caoa Chery Tiggo 5x e Caoa Chery Tiggo 7 Pro.