Mistura de gasolina e etanol faz combustível render mais?
Especialista aponta que é necessário entender as características de cada combustível. Saiba quais são as consequências da mistura.
O primeiro carro flex chegou às ruas brasileiras há 20 anos. De lá para cá, a frota só aumenta, atingindo atualmente o montante de 40 milhões de veículos flex. E é diante desse cenário que vale a pena ressaltar que, nas últimas duas décadas, muita coisa mudou nesses veículos, fazendo com que ficassem muito mais eficientes e tecnológicos.
Mesmo diante de tantas melhorias e anos de estrada, muitos motoristas ainda possuem diversas dúvidas sobre o funcionamento dos carros flex.
Etanol e gasolina
Segundo Luciana Félix, especialista em mecânica de automóveis e gestora da Na Oficina, ao portal Terra, os modelos flex oferecem aos motoristas a flexibilidade de escolher a fonte de energia utilizada em seu veículo. “Esse sistema permite a adaptação dinâmica às flutuações nos preços desses combustíveis e às preferências individuais dos condutores”, explica.
Nesse sentido, a especialista também destaca que é necessário compreender as características internas da gasolina e do etanol para se ter mais clareza sobre a dinâmica da mistura de tais combustíveis.
“Enquanto a gasolina oferece maior desempenho do motor, o etanol possui uma taxa de octanagem mais elevada, o que pode impactar no desempenho do motor. A eficiência de cada combustível varia, influenciando diretamente o consumo e a potência do veículo”, reforça Luciana ao Terra.
Rendimento
Uma dúvida muito comum dos proprietários de modelos flex gira em torno da mistura de etanol e gasolina. Principalmente no que diz respeito à proporção ideal de cada combustível para otimizar o rendimento.
“Segundo a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, os veículos flex podem ser abastecidos com gasolina ou etanol, ou qualquer mistura destes dois combustíveis. Mas, na prática, é preciso atenção por existir um tempo de leitura deste combustível pela injeção eletrônica”, afirma Luciana.
A especialista também destaca que a mistura dos dois combustíveis não faz com que o abastecimento renda mais, por exemplo. Até porque a gasolina comercializada nos postos brasileiros já possui um percentual de até 27% de etanol, respeitando a legislação vigente.
“Misturar os dois combustíveis pode, dependo das circunstâncias, gerar alguma economia em termos financeiros na hora de abastecer, mas não tendo um ganho real em termos de rendimento do motor e economia de combustível”, explica a especialista.
O que vai ocorrer, na verdade, é uma média entre eles, não sendo significativa. Em outras palavras, a busca pelo equilíbrio entre desempenho e economia de combustível segue como um desafio constante para os condutores de modelos flex no Brasil.
*Com informações de Terra