Greve do Ibama trava a importação de 30 mil carros; entenda o que está acontecendo
Greve de quase três meses dos servidores do Ibama deixa milhares de veículos importados aguardando liberação.
A greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) impacta cada vez mais as montadoras. As empresas estimam que cerca de 30 mil veículos importados estão parados nos pátios enquanto aguardam a liberação dos documentos.
O movimento está prestes a completar três meses e o volume de exemplares não para de crescer. Há dez dias, eram 18 mil veículos parados, um aumento de 12 mil unidades em uma semana e meia.
O processo de importação de veículos exige a liberação da licença de importação, por parte do Ibama, para atestar que os produtos seguem os padrões ambientais exigidos no país. Dessa forma, os lotes de carros importados só podem entrar oficialmente no Brasil para serem vendidos após obterem a licença concedida pelo órgão.
Montadoras prejudicadas
As principais afetadas são as fabricantes BYD e GWM, que importam carros elétricos e híbridos da China. O problema também atinge montadoras do grupo Stellantis, Volkswagen e Toyota, que trazem seus modelos de fora.
A VW, por exemplo, importa a picape Amarok e o SUV Taos da Argentina. O sedã Fiat Cronos e o hatch compacto Peugeot 208, ambos de marcas do grupo Stellantis, também chegam do país vizinho.
No caso da japonesa Toyota, as importações se concentram na picape Hilux e no SUV SW4, ambos produzidos na cidade argentina de Zárate. Em Córdoba fica a fábrica que monta a picape Frontier, uma parceria das montadoras Nissan e Renault.
Greve no Ibama
Os servidores do instituto exigem a valorização da carreira pelo governo Lula (PT), o que, segundo eles, não acontece desde a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Cerca de 90% dos trabalhadores aderiram à mobilização iniciada em janeiro, e o restante atua em atividades burocráticas internas.
A categoria afirma que a paralisação é uma “resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenham”. As negociações continuam, mas ainda sem um acordo.